O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Nilton Mascarenhas, afirmou que colaborou na transparência das investigações que levaram à prisão, na tarde desta quinta-feira (5), do ex-comandante-geral, coronel Antônio Jorge Ribeiro de Santana, envolvido em um esquema de corrupção no processo licitatório de 191 viaturas. Também foram presos o diretor de Apoio Logístico da PM, coronel Jorge Silva Ramos, o ex-comandante do Corpo de Bombeiros coronel Sérgio Alberto Silva Barbosa e mais nove pessoas acusadas de envolvimento em esquemas de fraudes. Com o coronel Santana foram apreendidos R$ 26 mil referentes à propina. Mascarenhas, lamentou o fato envolvendo o nome da instituição.

Os acusados vinham sendo investigados, há cinco meses, pelo Serviço de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública com apoio logístico do Comando de Operações Especiais (COE) responsável pelas prisões. A operação batizada de Nêmesis (referência a deusa grega da ética), foi deflagrada a partir de denúncia encaminhada à SSP, no final do ano passado.

A empresa vencedora da licitação fraudulenta das viaturas foi a paulista Júlio Simões. O valor inicial do contrato assinado em fevereiro de 2008 foi de R$ 25.819,97, sendo aditivado, posteriormente mais R$ 6.454.994,25, perfazendo o total de R$ 32.274.971,25. Quem intermediava todo esquema era o baiano Gracílio Junqueira Santos, que também foi preso hoje, recebendo propina de R$ 21 mil.

Segundo o secretário de Segurança Pública, César Nunes, Gracílio é suspeito de estar intermediando, há muito tempo, esquema de corrupção dentro da instituição militar. Ele também é acusado de participar de outras licitações fraudulentas como a do fardamento da corporação.

Além de Gracílio e os três coronéis da PM, foram presos também, o tenente Antônio Durval Senna Junior, o procurador de justiça André Thadeu Franco Bahia, Aidano da Silva Portugal, Aline Cerqueira de Castro, Jocélia Fernandes Oliveira, Sidnei Couto de Jesus e os representantes do grupo Júlio Simões, William Laviola e Jaime Palaia Sica.

Os oficiais prestaram depoimentos e foram encaminhados ao comando da Polícia Militar, os civis ficaram presos na SSP. Todos respondem pelos crimes de corrupção e formação de quadrilha.