O emprego com carteira assinada na Bahia voltou a crescer, registrando leve expansão de 0,03%, em fevereiro. Este percentual corresponde a 422 novos postos no mercado de trabalho formal, resultado da diferença entre 42.462 admissões e 42.040 desligamentos no mês.

O desempenho do estado acompanhou o resultado para o conjunto do país, que também apresentou expansão de 0,03% em fevereiro, com a criação de 9.179 empregos. Já na região Nordeste houve declínio de -0,35%, sendo eliminadas 16.692 vagas. Apenas Sergipe (+1.039 postos) e Bahia (+422) apresentaram saldos positivos dentre os estados nordestinos.

As informações são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, analisadas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento do Estado.

“Os resultados de fevereiro podem significar o início de uma reação do mercado formal de trabalho na Bahia e são ainda mais significativos se levarmos em conta que São Paulo, a maior economia do país, com 34% do PIB brasileiro, ainda apresentou resultado negativo – foram menos 95 empregos”, explica o diretor-geral da SEI, Geraldo Reis.

As informações sugerem que as ações de combate aos efeitos da crise econômica mundial adotadas pelo Governo do Estado começam a surtir efeitos. Neste contexto, merecem destaque o diálogo permanente com o setor empresarial e os sindicatos de trabalhadores, a adoção de parcelamento e prazos especiais para o recolhimento do ICMS dos segmentos da economia mais diretamente afetados pela crise, a concessão de linhas de crédito especiais e a liberação automática de créditos acumulados.

Setores

Entre os setores de atividade econômica, o destaque ficou por conta dos Serviços, que geraram 945 empregos, seguido da Agropecuária, que criou 759 novas oportunidades de trabalho no mês. A performance dos Serviços foi impulsionada pelo excelente desempenho do segmento de Ensino, que encerrou o mês de fevereiro com um saldo positivo de 945 contratações, em função, sobretudo, do início do ano letivo.

Os demais setores apresentaram resultados negativos, com destaque para o Comércio (-421 empregos), a Construção Civil (-282) e a Indústria de Transformação (-277). No Comércio, enquanto o segmento atacadista gerou 122 empregos, o varejista eliminou 543 vagas. Já na Indústria de Transformação, o subsetor da indústria mecânica foi o que mais fechou postos de trabalho (-310), ao passo em que os subsetores de Produção de alimentos e bebidas (+207) e de Produção de minerais não metálicos (+157) apresentaram os melhores desempenhos.

O interior do estado foi responsável pela criação de 1.641 postos em fevereiro, enquanto a Região Metropolitana de Salvador (RMS) eliminou 1.219 vagas.

Na RMS, o saldo negativo de -1.219 empregos foi bastante condicionado pela retração de vagas na Indústria de Transformação (-649 postos), na Construção Civil (-489) e no Comércio (-359). Por outro lado, o setor de Serviços abriu 333 novas vagas.

Oportunidades estão no interior do estado

O ano de 2009 acumula, até fevereiro, saldo negativo de 495 empregos, o correspondente a um ínfimo declínio de -0,04% – bem menor em comparação com as médias nacional (-0,29%) e nordestina (-0,85%).

O interior do estado acumula 1.870 novas vagas este ano, enquanto a RMS eliminou, em janeiro e fevereiro, 2.365 postos. “A performance negativa da RMS vem sendo condicionada pela redução do número de vagas no comércio varejista (-1.630) e na indústria de transformação (-548)”, aponta José Ribeiro, diretor de Pesquisas da SEI.

A Agropecuária vem liderando a expansão do emprego na Bahia em 2009, por intermédio da criação de 1.974 empregos durante os meses de janeiro e fevereiro. Em seguida, figuram os Serviços (+ (689 vagas) e a Construção Civil (+624 postos). Já o Comércio (-1.901 empregos) e a Indústria de Transformação (-1.295) acumulam as maiores baixas do acumulado do ano.