No município de Santa Cruz Cabrália, região sul, vai funcionar um Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) voltado exclusivamente para a população indígena. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (29), pelo secretário estadual de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, Valmir Assunção, que esteve reunido com o prefeito do município e representantes de organizações da sociedade civil e de aldeias da região.

O Creas é uma unidade pública responsável pelos serviços, orientações e acompanhamento às famílias em situação de ameaça ou violação de direitos. A instalação do equipamento representa um passo importante na ampliação e qualificação da assistência social oferecida à população indígena, onde se encontram grandes índices de vulnerabilidade social. “O Centro vai funcionar de forma regional e a implantação será feita com recursos exclusivos do Estado”, explicou o secretário Valmir Assunção.

No espaço vão ser oferecidos serviços classificados como de alta complexidade, por uma equipe multiprofissional, constituída de assistente social, psicólogo, educador e advogado. “Trata-se da atenção a um segmento que carece de proteção social de forma individualizada”, salientou Nádia Campos, superintendente de Assistência Social do Estado.

Várias aldeias da região estão referenciadas na área de abrangência do Creas, além do município de Belmonte. O investimento anual do governo nesta ação será de R$ 497 mil. Nos próximos meses, uma chamada pública será realizada, para seleção da entidade que ficará responsável pelo gerenciamento do Creas.

O cacique Aruan Pataxó, líder da Aldeia Pataxó de Coroa Vermelha, a terceira maior do Brasil, acredita que o equipamento será uma importante ferramenta para enfrentar os problemas sociais mais presentes na localidade, no momento. Violência sexual contra crianças, trabalho infantil, dependência de drogas e substâncias psicoativas entre a jovens são os principais desafios a serem superados. “De fato, precisamos deste instrumento para atender a esta população e fazer os encaminhamentos necessários”, afirmou o cacique.

Banzaê

O município de Banzaê, a 296 km de Salvador, já conta com um equipamento semelhante, também para atender população indígena. Trata-se de um Centro de Referência de Assistência Social (Cras), da chamada proteção social básica, para serviços menos complexos do que os ofertados nos Creas. O financiamento é do Fundo Estadual de Assistência Social (FEAS).

A intenção do Governo do Estado é ampliar, cada vez mais, as ações de inclusão social das pessoas historicamente excluídas do processo de construção e execução de políticas públicas. Neste público também estão segmentos como quilombolas, pescadores artesanais, marisqueiras, povos de terreiro e comunidades de fundo de pasto.