Empresários, autoridades governamentais, investidores e lideranças se reúnem nesta sexta-feira, sábado e domingo (1º a 3), no Hotel Vila Galé Marés, em Guarajuba, para participar do 3º Seminário de Oportunidades de Negócios Bahia-Portugal. O evento visa aumentar o comércio bilateral entre o estado e a nação lusitana e fomentar parcerias para novos empreendimentos.

A abertura oficial está marcada para as 14h, com a presença do secretário da Indústria, Comércio e Mineração, Rafael Amoedo, representando o governador Jaques Wagner, e do embaixador de Portugal no Brasil, João Salgueiro. No dia 2, o Promo – Centro Internacional de Negócios da Bahia promove uma rodada empresarial, tanto para trocas comerciais como para estabelecimento de parcerias.

“Os investimentos portugueses na Bahia, nos últimos dois anos, representam recursos de R$ 1,34 bilhão e as áreas mais promissoras para geração de negócios são as de hotelaria, construção civil, indústria e outras”, afirmou Amoedo.

Segundo ele, Portugal e Bahia têm muito mais para oferecer em termos de relações empresariais. “E queremos cada vez mais fazer com que Portugal seja a principal porta de entrada e de saída no nosso relacionamento com a Europa, aproveitando a vantagem natural da língua. Daí a importância de estreitarmos cada vez mais os laços de fraternidade e parceria com nossos irmãos lusitanos, que estão redescobrindo mais uma vez a Bahia em busca de bons negócios”, explicou.

“O tema da terceira edição do seminário é Entre a Bahia e Portugal Não Existe Crise”, disse Eduardo Salles, presidente da Câmara Portuguesa de Comércio na Bahia, promotora do evento. “Os empresários e investidores terão uma grande chance de ampliar suas ações e encontrar novos parceiros comerciais para alavancar seus empreendimentos”, destacou.

Potencial de crescimento

O intercâmbio comercial Bahia-Portugal (exportações mais importações) evoluiu favoravelmente nos últimos cinco anos e passou de US$ 52,8 milhões, em 2004, para US$ 80,2 milhões, em 2008, o que representa um crescimento médio de 8,7% ao ano.

“Apesar do dinamismo observado no comércio entre a Bahia e Portugal no quinquênio, as cifras são ainda pouco significativas, colocando Portugal na 31ª posição entre os principais parceiros comerciais do estado. Em termos percentuais, Portugal participou com 0,36% do total das exportações baianas em 2008 e com apenas 0,76% das importações”, informou o gerente de Estudos e Informações do Promo, Arthur Souza Cruz.

Mesmo com o ainda reduzido volume nas relações comerciais, Souza Cruz observou que é significativo o potencial existente para o crescimento do comércio entre as duas regiões, “principalmente para as exportações baianas de produtos manufaturados, cuja promoção se apoia em dois fatores particularmente favoráveis: a língua comum e o relacionamento especial entre os dois países”.

Ampliação de vendas

Confecções, produtos metalúrgicos e agroindustriais (como óleo e farelo de soja), minerais, calçados e papel/celulose estão entre os itens baianos que podem ter suas vendas ampliadas no mercado português.

Atualmente, segundo o Promo, 97% da exportação baiana para Portugal é constituída de insumos básicos e bens intermediários destinados às indústrias locais, em particular a moveleira e madeireira, têxtil e calçadista, óleos alimentícios, de plásticos, de alimentos e de fumo.

Os canais utilizados pelos exportadores baianos desses produtos são as exportações diretas com os fabricantes e a venda por meio de agentes e representantes que detêm profundo conhecimento do mercado comprador.

As importações baianas originárias de Portugal tiveram ascendente desempenho em anos recentes, basicamente em função da elevação do preço do cobre – o sulfeto de minério de cobre é o principal item da pauta baiana, com 85% do total – e das compras de insumos para a indústria de pneus, que se ampliou no estado. Azeite de oliva, vinho, bacalhau, fertilizantes e artefatos de cutelaria compõem a lista de principais produtos importados.