Os fornecedores e prestadores de serviço do Estado poderão ter os pagamentos antecipados pelo Banco do Brasil. O convênio assinado, nesta quinta-feira (30), pelo governador Jaques Wagner com a instituição, criando o Crédito Direto ao Fornecedor (CDF), faz parte de uma série de ações do Governo do Estado para reduzir os impactos da crise financeira mundial na Bahia.

Wagner reconhece a responsabilidade do Governo em pagar os seus fornecedores e afirmou que se for necessário novos créditos serão solicitados. “Essa linha de crédito tem como prioridade permitir que nossas empresas continuem trabalhando até que haja a normalização dos pagamentos”, afirma Wagner.

Com essa iniciativa, empresas e microempresas poderão aumentar o seu fluxo de caixa e, com isso, potencializar seus negócios. Serão destinados R$ 48 milhões de crédito para as mais de seis mil empresas que mantêm contratos com o Estado e que tenham seus empenhos publicados no Diário Oficial do Estado. De acordo com o superintendente estadual do Banco do Brasil, Rodrigo Nogueira, poderão participar do programa tanto os empresários correntistas do Banco do Brasil quanto os que ainda não são clientes.

“O Crédito Direto ao Fornecedor é uma novidade na Bahia. O empresário interessado deve apresentar a sua solicitação de crédito, que pode ser em até 90% do valor da nota fiscal emitida à administração pública. Os encargos são de 1,38% ao mês”, explica Nogueira. A expectativa é que o fornecedor já possa ter acesso a linha de crédito em 15 dias.

Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon), Vicente Mattos, os créditos vieram num bom momento. “A medida permitirá oxigenar o setor produtivo”, afirma Mattos.

Governo adota medidas para combater efeitos da crise econômica

Em dezembro do ano passado, o Governo da Bahia anunciou um conjunto de medidas para beneficiar o setor produtivo e assim reduzir os impactos da crise econômica mundial. Dentre os segmentos beneficiados estão o comércio varejista, polo de informática, empresas calçadistas, de transformação de plásticos, confecções, alimentos e bebidas.

Por meio da Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia), empresas desses segmentos terão linhas de crédito especiais, em um montante de R$ 110 milhões, com recursos originados, principalmente, do Fundo de Desenvolvimento Social e Econômico (Fundese). Esse valor será destinado à oferta de capital de giro e investimento fixo para pequenas e médias empresas.

A Desenbahia também criou uma linha para capital de giro (Credifácil Giro Especial) com prazo de 18 meses, incluindo três meses de carência, amortização em parcelas mensais e sucessivas e juros de 1,8% ao mês. Foram alocados R$ 30 milhões para apoiar empresas com mais de três anos de atividade, que estão sendo atingidas pelas restrições de crédito e mercado.

Além disso, os contribuintes que participaram da Liquida Salvador e as empresas do comércio varejista tiveram prazo especial para pagamento do ICMS, em quatro parcelas mensais, iguais e consecutivas. “Essas medidas são para estancar a crise e garantir o emprego e o desenvolvimento industrial da Bahia”, declara o secretário da Fazenda, Carlos Martins.

O Banco do Brasil e a Caixa Econômica também anunciaram medidas para ajudar as empresas baianas durante a crise. O BB disponibilizará R$ 2 bilhões para o comércio exterior e o agronegócio, com redução nas taxas de juros. A Caixa Econômica Federal terá linhas de crédito especiais para o capital de giro das empresas da construção civil. Será destinado R$ 1,5 bilhão tanto para novas construções como para empreendimentos em andamento.