Foi implantada nesta sexta-feira (17) a Câmara Setorial do Cacau no Estado da Bahia, durante reunião extraordinária da Câmara Setorial Nacional do Cacau do Ministério da Agricultura, que ocorreu no Hotel Catussaba.

A Câmara tem como proposta acompanhar as ações do PAC do Cacau, lançado pelo presidente Lula em maio do ano passado, para a revitalização da cacauicultura e a regularização da dívida dos produtores de cacau.

O governador Jaques Wagner também compareceu à reunião e afirmou que o Governo da Bahia reconhece a necessidade de retomar a produção cacaueira em grande escala. “Estamos à disposição dos produtores, porque reconhecemos a relevância do cacau para o estado e para o mundo. Já avançamos nessa discussão e pretendemos o quanto antes recuperar a lavoura de cacau”, afirmou Wagner.

Durante o encontro, o secretário da Agricultura, Roberto Muniz, também entregou um documento ao presidente do Banco do Nordeste do Brasil, Roberto Smith, pedindo a prorrogação de mais quatro anos dos prazos para amortização dos débitos dos cacauicultores, ou seja, de oito para 12 anos.

Mais recursos

Também foi encaminhado um termo ao Ministério da Agricultura solicitando as fontes dos recursos destinados para apoiar as ações de pesquisa, a rede de assistência técnica, a aquisição de sementes e mudas, e kit de produção de cacau orgânico. O montante é de R$ 13 milhões para 2009, conforme definição do PAC do Cacau. Até 2014, estão programados R$ 82,49 milhões.

Para Roberto Muniz, a Câmara surgiu como uma maneira de resgatar a importância do cacau para a Bahia. “A Câmara foi criada com o espírito de desobstruir o caminho para a revitalização da cultura do cacau da Bahia”, afirmou o secretário da Agricultura.

A Câmara Setorial do Cacau do Estado da Bahia terá a participação de 22 entidades, entre elas a Seagri (Secretaria da Agricultura), Ceplac (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira), EBDA (Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola), Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração, entre outras.

PAC do Cacau

O Pac do Cacau propõe incentivar a verticalização da produção, a introdução de novas tecnologias e pesquisas para aumentar o valor agregado do cacau. Além disso, visam recuperar 150 mil hectares com mudas mais resistentes a pragas, além da implantação de 100 mil hectares de seringa e 100 mil de dendê para a produção de borracha e biocombustíveis. Para isso, os governos federal e estadual vão liberar recursos da ordem de R$ 2,2 bilhões.