Os representantes do Movimento dos Trabalhadores Assentados, Acampados e Quilombolas da Bahia (Ceta), se reuniram com o governador Jaques Wagner e secretários de Estado nesta quarta-feira (29). Durante o encontro, eles fizeram algumas reivindicações referentes ao acordo feito em 2007, após a marcha realizada pelo movimento, de Feria de Santana até a governadoria, no Centro Administrativo da Bahia (CAB).

Entre as principais reivindicações está a questão da infra-estrutura dos mais de 90 assentamentos do movimento no Estado. “Nossa prioridade é a questão da produção nos assentamentos e pra isso, nós precisamos de estrutura, como luz, água, esgotamento sanitário e maquinários”, afirmou a coordenadora do movimento no Estado, Ednólia Oliveira. Segundo Ednólia, eles também têm outras solicitações como, a educação contextualizada no campo.

Segundo o Estado, os pedidos feitos na pauta de 2007 estão sendo atendidos, principalmente em relação à assistência técnica solicitada pelos assentados. “Nós estamos estabelecendo acordos e mesmo as solicitações mais difíceis serão atendidas”, garantiu o secretário de Relações Institucionais, Rui Costa. Ele assegurou que serão feitas reuniões periódicas de negociação para atender a todas as demandas.

Os representantes do Ceta pediram a intervenção do governador para solicitar a presença do presidente nacional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Rolf Hackbart, para negociar a questão dos conflitos por posse de terras que estão acontecendo na região de Bom Jesus da Lapa. Outro pedido feito pelo movimento foi em relação às terras devolutas do Estado, que eles alegam, ser a solução para os problemas com famílias acampadas em diversas terras na Bahia.

“Nós sentimos que o governador entendeu nossas solicitações, e nós vamos continuar a fazer nossas reivindicações até que todos os problemas das 12 mil famílias dos assentamentos sejam solucionados”, disse Ednólia.

Para o governador Jaques Wagner, a prioridade deve ser a estruturação dos assentamentos já existentes. “Nós precisamos garantir a sustentabilidade das famílias do movimento e só poderemos fazer isso, assegurando a infra-estrutura da produção desses grupos”, declarou Wagner.

Segundo o secretário da Agricultura, Roberto Muniz, diversos projetos ligados à questão da reforma agrária estão sendo elaborados, inclusive com o auxílio de universidades. Além disso, “o Estado está fazendo a sua parte em relação à infra-estrutura dos assentamentos, como, a construção de casas, estradas de acesso e assistência técnica especializada”, constatou o secretário.