As experiências de reduzir as desigualdades regionais, gerar trabalho e renda e melhorar a vida das populações mais pobres do Estado foram o foco das apresentações que as secretarias do Planejamento (Seplan) e Desenvolvimento e Integração Regional (Sedir) realizaram nesta segunda-feira (20), na Fundação Luis Eduardo Magalhães (Flem), à comitiva do Governo Chinês que visita a capital baiana.

Acompanhados do especialista-líder para a área de desenvolvimento rural do Banco Mundial (Bird), Luis Coirolo, a comitiva viaja nesta terça-feira (21) para os municípios de Tucano, Ribeira do Pombal, Cipó e Conceição do Coité para conhecerem as ações Programa de Combate a Pobreza Rural (Produzir).

O programa que atraiu a atenção dos chineses é uma iniciativa do Bird em parceria com o Governo do Estado, cujo investimento superou os R$ 530 milhões em doze anos de atuação.

De acordo com o diretor-executivo da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), Paulo Cezar Cerqueira, entre as ações de combate à pobreza no meio rural destacam-se as de apoio a educação, cultura, saúde, saneamento e de infraestrutura. “Cito a implantação de sistemas de abastecimento de água, a construção de pontes, casas de farinha, unidades de beneficiamento de leite, aquisição de tratores e a construção de cisternas domiciliares”, ressalta.

De acordo com a chefe de projetos do governo chinês, Wang Huixian, a Bahia é referência mundial na implementação de ações de desenvolvimento sustentável. “O nosso objetivo é adquirir experiência, assimilá-la e implementar na China”, afirma.

Projetos estruturantes

Aproveitando a oportunidade para atrair novos investimentos, o chefe de gabinete da Seplan, Edson Valadares, apresentou alguns dos projetos estruturantes do Estado, entre eles, a Ferrovia Oeste-Leste, que facilitará o escoamento de grãos, minérios e biocombustíveis produzidos no oeste, sudoeste e sul da Bahia. “Ainda temos o Porto Sul, os sistemas Carinhanha, RMS, BA 093 e o Sistema Juazeiro-Petrolina. A proposta é integrar os diversos modais de transporte a fim de proporcionar a dinamização da economia do Estado”, destaca.

Outro ponto da apresentação foram os Arranjos Sócio-Produtivos (ASP’s) do sisal, bioenergia e a criação de ovinos, caprinos e bovinos no semi-árido baiano. Segundo o chefe de gabinete, a proposta é induzir o desenvolvimento econômico e social através de ações junto à agricultura familiar, a exemplo do adensamento da cadeia produtiva, com a conseqüente ampliação da comercialização de carne, couro, laticínios e a diversificação dos produtos fabricados a partir do sisal.

Diferença de conceitos

A diferença entre os termos Arranjos Produtivos Locais (APL’s) e Arranjos Sócio-Produtivos é uma questão de foco. “As APL’s passam a idéia de fortalecimento da atividade empresarial através de práticas competitivas e sustentáveis sem implicar em inclusão social, o que não ocorre com os ASP’s, pois incorpora a sociedade civil organizada como protagonista do próprio desenvolvimento”, destaca Valadares.