Publicada às 14h
Atualizada às 15h

Em entrevista coletiva à imprensa, na manhã desta terça-feira (28), o secretário de Saúde, Jorge Solla, afirmou que não há motivo para pânico por causa da suspeita de um caso da gripe suína em Salvador. “O quadro clínico do paciente evoluiu e ele não veio de um local com casos já confirmados”, explica o secretário.

Solla explicou que o Estado tem um Plano de Contingência para casos de gripe suína e aviária, desde o ano passado, e que o Hospital Octávio Mangabeira é preparado para tratar Influenza Humana. “A unidade foi reformada recentemente e é referência no tratamento de doenças graves, como a tuberculose, e conta com estrutura necessária para cuidar de pacientes com gripe Suína”, disse o secretário.

O Plano de Ação consiste em identificar todos os passageiros oriundos das áreas com registros de casos, como Estados Unidos, México e Canadá, informar a população com folder educativo nos idiomas português, inglês e espanhol sobre os sintomas, medidas e proteção de higiene, além de orientações sobre quais os procedimentos para acionar o Samu, em casos de suspeita da doença.

Para a superintendente de Vigilância e Proteção à Saúde da Sesab, Lorene Pinto, a Influenza Suína é um dos grandes desafios para a área da saúde no novo milênio, por isso, foi necessário estruturar um plano de ação. “Todos os nossos setores de vigilância estão articulados para tratar os possíveis casos com agilidade”, afirma Pinto. Para saber mais sobre o Plano de Contingência acesse: www.saude.ba.gov.br/divep.

Paciente está isolado e foi submetido a exames

O agente de viagem, Alexandre Magno, de 40 anos, está internado no Hospital Octávio Mangabeira, em Pau Miúdo, desde segunda-feira (27), à noite. Ele saiu de Boston no dia 15, foi para Miami e chegou em Salvador no dia 16, seguindo logo depois para Governador Valadares, em Minas Gerais, onde ficou de 17 a 22 de abril. Em seguida, retornou para a capital baiana. Os sintomas da doença começaram no dia 16, quando a garganta de Magno apresentou inflamação. A partir do dia 25, o quadro se agravou por causa de uma febre de 38 graus. Na segunda-feira (27), ele ligou para o Samu e foi direcionado ao hospital.

“Isolamos o paciente assim que ele chegou à unidade, fizemos diversos exames e enviamos para o laboratório da Fiocruz, no Rio de Janeiro”, afirma Juarez Bahia, coordenador da Vigilância Epidemiológica do Estado. O resultado do exame de sangue deve ficar pronto em 48 horas. Os demais exames, para isolar o vírus e verificar o tipo, demora de 10 a 15 dias.

Ele acrescenta, ainda, que nesta época do ano aumenta a ocorrência de gripe comum no Estado e que possui os mesmos sintomas do tipo suíno, como febre, dor de cabeça, dor no corpo, espirro e tosse. “Não é porque a pessoa apresentou os sintomas que deve achar que está com a doença. É importante averiguar o local de origem e se ela teve contato com pessoas que estiverem recentemente nos países em que os casos foram confirmados”, esclarece Bahia.

Sobre a gripe suína

A Influenza Suína é uma doença respiratória causada pelo vírus do tipo A, que, normalmente, causa surtos de gripe entre os suínos. Em geral, este vírus não infecta o homem, no entanto, existem registros de transmissão pontual do vírus para os seres humanos. Segundo informações da Organização Mundial de Saúde (OMS), o vírus é transmitido de pessoa para pessoa, principalmente, por meio de tosse e espirro.

Os sintomas podem iniciar no período de três a sete dias e a transmissão ocorre, em sua maioria, em locais fechados. A OMS informou que não há registro de contaminação da gripe suína para pessoas por meio da ingestão da carne de porco e produtos derivados.

De acordo com o órgão, foram registrados no mundo 79 mortes por causa da gripe suína, todos no México. Além disso, há 52 notificações da doença nos Estados Unidos, seis no Canadá, dois na Espanha , dois na Escócia, três na Nova Zelância e dois em Israel. O Ministério da Saúde do Brasil informou que, até o momento, não há circulação do vírus no país.

Recomendações para quem vai a áreas afetadas

  • Usar máscaras cirúrgicas descartáveis, durante toda a permanência nas áreas afetadas;
  • Ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com um lenço, preferencialmente descartável;
  • Evitar locais com aglomeração de pessoas;
  • Evitar contato direto com pessoas doentes;
  • Não compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal;
  • Evitar tocar nos olhos, nariz ou boca;
  • Lavar as mãos frequentemente com sabão e água, especialmente depois de tossir e espirrar;
  • Não usar medicamentos sem orientação médica.