Um dia de folga diferente: foi assim o domingo das trabalhadoras domésticas, que aproveitaram o tempo livre para consultar o médico, tirar documentos e receber orientações sobre direitos trabalhistas; tudo de graça. Os serviços foram oferecidos no primeiro encontro de valorização do trabalho doméstico, realizado no Parque Costa Azul, pela Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre).

Para a doméstica Rita Barbosa, foi uma oportunidade única. “Nunca tenho tempo para fazer essas coisas, o dia-a-dia é muito cheio. Hoje resolvi um monte de problemas de uma vez só e sem pagar nada”. Além de descobrir que está com a pressão alta, Rita tirou a segunda via da carteira de trabalho e recebeu orientações de uma nutricionista.

Nos vários estandes montados no local, as domésticas ainda puderam fazer exame de mamografia, cortar cabelo e se cadastrar no sindicato da categoria. “Nosso objetivo é levantar a auto-estima dessas pessoas e valorizar o trabalho doméstic, que nós sabemos, é um dos mais vulneráveis quando o assunto é direito trabalhista”, explica a assessora especial da Setre, Tatiana Silva.

Conscientização

Na Bahia, aproximadamente 400 mil pessoas realizam serviços domésticos e 93% são mulheres. Mais da metade delas recebe menos de meio salário mínimo e só 15% tem carteira assinada. Por esses e outros motivos, os trabalhadores domésticos compõem um dos oito eixos prioritários da Agenda Bahia do Trabalho Decente, uma iniciativa do Governo do Estado para garantir um trabalho digno e de melhor condição.

“É preciso conscientizar a categoria, informar o trabalhador para que ele lute pelo seu direito; encontros como esse são ótimos pra isso”, assinalou a presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores Domésticos (Fenatrad), Cleuza de Jesus.