As vendas do comércio varejista da Bahia apresentaram em março deste ano uma expansão de 1,3% em relação ao mesmo mês de 2008. Na comparação com o mês anterior, fevereiro, o crescimento das vendas foi de 1,2%. Os números seguem a tendência nacional. No Brasil, o comércio expandiu 1,8% em relação a 2008 e 0,3% na comparação com fevereiro. As informações são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC/ IBGE), divulgada am âmbito regional pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento.

Nos últimos meses de 2008 e nos três primeiros meses deste ano, refletindo os efeitos da crise global, o comércio varejista baiano vem apresentando desaquecimento. A taxa de 2,6% acumulada no primeiro trimestre de 2009, se comparada com a obtida no mesmo período do ano passado (8,8%), confirma a desaceleração do setor. Os resultados de janeiro a março, apesar de positivos, são considerados de pouca expressividade, indicando que em 2009 o comércio baiano atingirá crescimento muito inferior ao do ano passado (7,8%).

Os efeitos da crise internacional foram mais intensos nos ramos de bens duráveis, mais dependentes de crédito. Mantiveram recuo os segmentos de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-22,3% no mês e -26,7% no trimestre) e Móveis e eletrodomésticos (-0,5% em março, acumulando queda de 4% no trimestre). Também se observou desempenho negativo nos ramos de Combustíveis e lubrificantes (-4,2%) e Tecidos, vestuário e calçados (-4,2%), no mês, com quedas de 2% e 4,8% no ano, respectivamente.

A expansão de 36,7% fez o grupo de Outros artigos de uso pessoal e doméstico ser o principal destaque nas vendas de março, acumulando aumento de 38,5% de janeiro a março. Destacaram neste ramo as vendas de CDs, material ótico e fotográfico, jóias, artigos esportivos e brinquedos.

O segundo desempenho mais expressivo ficou por conta do aumento das vendas de Livros, jornais, revistas e papelaria (11,4%). Com esse resultado, no acumulado janeiro-março, os negócios do ramo expandiram-se 33,7%. Durante todo o ano de 2008, esse ramo de atividade apresentou elevadas taxas de crescimento dos negócios, atingindo (26,9%) no acumulado dos últimos 12 meses.

No segmento de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumarias e cosméticos, a pesquisa apurou crescimento de 14,7%.

O grupo de Hipermercados, supermercados, produtos, alimentícios, bebidas e fumo teve expansão de apenas 0,2%. Desde outubro de 2008, esse ramo de atividade vinha apresentando sucessivas taxas positivas, acumulando no primeiro trimestre 4,4%. Já o subgrupo de Hipermercados e supermercados teve retração nas vendas em março (-1,4%).

Em março, o resultado desse grupo impediu um desempenho mais positivo do indicador do comércio baiano, pois é o de maior representatividade, respondendo por mais de 40% da taxa do varejo. “Com as restrições orçamentárias, as famílias vêm eliminando de suas compras itens supérfluos e substituindo determinados produtos de marcas tradicionais por outros de preços mais acessíveis aos seus respectivos poder de compra”, analisa a técnica da SEI, Maria de Lourdes Caires.

Nos dois segmentos que não integram a taxa geral do varejo, a pesquisa apurou taxa positiva para Veículos, motocicletas, partes e peças (20,4%) e queda de 1,4 % na comercialização de Material de construção.