A Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia) está formatando uma linha de crédito específica para o setor editorial da Bahia, com condições especiais de juros e prazos, a ser lançada no 2° semestre deste ano. A linha de crédito tem como objetivo o financiamento da cadeia produtiva do livro, incluindo editoras, livrarias, gráficas e distribuidores e integra uma estratégia que inclui a proposta de um anteprojeto da Lei Estadual do Livro.

Desde a realização do II Fórum da Rede Nordeste do Livro e da Leitura, promovido pela Secretaria da Cultura do Estado da Bahia (Secult), como parte da 9ª Bienal do Livro, realizada no mês de abril, em Salvador, essa ideia tem tomado corpo.

Segundo o Secretário de Cultura, Márcio Meirelles, “criar uma lei estadual do livro na Bahia representa um avanço histórico no que diz respeito a um dos mais fundamentais direitos do cidadão, que é o direito à cultura e à informação”. Para o secretário executivo do Plano Nacional do Livro e da Leitura, João Castilho, “a conquista de leitores deve ser o centro de todas as ações”.

Para desenvolver os estudos e formular propostas, o governador Jaques Wagner, por decreto, constituiu um Grupo de Trabalho composto por representantes da Desenbahia, da Empresa Gráfica da Bahia (EGBA), das Secretarias estaduais da Indústria, Comércio e Mineração; Fazenda; Educação; e Cultura (Fundação Pedro Calmon). A sociedade civil é representada pela Câmara do Livro, Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) e Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge).

O Grupo de Trabalho estuda estratégias de fomento à cadeia produtiva do livro tais como a proposta de criação da linha de crédito da Desenbahia para editoras, livrarias, distribuidores; a criação de um Fundo para Leitura; mecanismos que favoreçam a integração da produção livreira com a indústria e comércio, além do levantamento de indicadores na área do livro e da leitura, considerando as transformações em curso, com a digitalização e a popularização da internet.

De acordo com Aurélio Schommer, presidente da Câmara Baiana do Livro (CBAL), este apoio da Desenbahia vai ser de fundamental importância para a cadeia produtiva do livro. “O setor enfrenta sérios problemas de lucratividade por conta de um atraso em sua modernização, o que precisa ser revertido urgentemente. Seria incompatível para o segmento tentar crédito em instituições privadas. Precisamos voltar a criar espaços culturais como víamos nos anos 60”, analisa o dirigente.