O escultor, pintor e desenhista Lithosilva utiliza o barro e outros elementos como matéria artística para a mostra “Unidades Resistentes”, que tem abertura nesta sexta-feira (22), na Galeria do Conselho (anexo ao Palácio da Aclamação). A exposição, com apoio da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), unidade da Secretaria de Cultura, estará aberta à visitação de segunda à sexta-feira, das 9h às 17h30, até 19 de junho.

Segundo o artista, “as unidades resistentes são todos os elementos que rompem o tempo e as influências mantendo as suas características originais em todos níveis: fisíco, emocional e cognitivo”. Nesta exposição, o foco são os tupinambás e os seus fazeres, elementos adotados pelos baianos, como: o beiju, a farinha de mandioca as urupembas (peneiras), “além de outros costumes de viver dessa gente que planta e produz sempre, os mesmos produtos e a mesmas coisas, apesar de tanto tempo de influências culturais”, comenta.

O artista expõe 20 telas pintadas com pigmentos naturais – o urucum, o barro e o carvão – matérias cujo valor interpretativo o artista vem pesquisando no uso pictórico, juntamente com 20 esculturas de cerâmica, fruto do que chama de seu imaginário “alagoíndio”.

Lithosilva estuda e pesquisa os valores simbólicos da região de Alagoinhas, onde nasceu e mora. Ao longo deste período, na zona rural teve a oportunidade de observar melhor os fazeres da gente do lugar e perceber no seu dia a dia as unidades resistentes da cultura tupinambá. E é na contramão de um olhar eurocêntrico, que o artista tem se esforçado para retratar através de seu trabalho os sentimentos Alagoíndios invisíveis.

Autodidata, o artista com o barro faz suas esculturas, usando este elemento pouco explorado de forma artística na região, apesar de suas grandes reservas naturais. Na pintura, utiliza pigmentos nativos como o urucum, o carvão e a argila. Dessa forma procura expressar sombras de sua gente tupinambá, dando-lhes visibilidade e valorizando a cultura desse povo.