Estado de emergência em Salvador, Simões Filho e Lauro de Freitas

O Governo do Estado decretou situação de emergência nos municípios de Salvador, Simões Filho e Lauro de Freitas. A decisão foi tomada após a reunião com os prefeitos das cidades, realizada na noite desta terça-feira (5), na Governadoria.

O governador Jaques Wagner decidiu reunir os prefeitos depois de sobrevoar os municípios atingidos pela chuva e verificar os prejuízos causados. “É importante a gente agilizar o decreto de emergência nos municípios para que as providências sejam tomadas o mais rápido possível”, explicou.

Wagner afirmou que está aguardando a posição do governo federal para atender às solicitações dos prefeitos em relação aos recursos financeiros que serão disponibilizados. Ele assegurou que se for necessário, o Estado entrará com recursos, mesmo com o orçamento apertado, por causa da redução na arrecadação de impostos.

Mas as ações de responsabilidade do Estado, o governador garantiu que já estão sendo realizadas. “Os prefeitos estão demandando máquinas, que eu estou vendo com o Derba; a Cordec já viabilizou lonas e outros equipamentos da Defesa Civil do Estado, e já foi determinado à Embasa que priorize as três cidades em relação à desobstrução de canais”, garantiu.

Segundo Wagner, As demandas foram colocadas e a partir de amanhã o trabalho será feito em conjunto. “A Defesa Civil do Estado já tem uma reunião às 9h com diversos órgãos, inclusive com as Voluntárias Sociais para unir esses esforços e ajudar no que for preciso”, declarou. Ele ainda lamentou as cinco vítimas de deslizamento de terra. Segundo a Defesa Civil, duas delas não foram encontradas. “Serão verificadas as áreas de risco para eventualmente fazer a retiradas das pessoas em todos os municípios atingidos”.

“A situação é de muita dificuldade. A chuva chegou a 96 milímetros, mas com essa audiência, Salvador e os outros municípios atingidos vão receber a ajuda que precisam do Governo do Estado e do governo federal”, esclareceu o prefeito João Henrique. Segundo ele, mesmo com toda a fiscalização feita na cidade com relação aos possíveis riscos de alagamentos e deslizamentos em função da chuva, não é possível acompanhar o crescimento populacional de Salvador, que chega a ganhar cerca de 500 mil novos moradores a cada 10 anos.

No município de Lauro de Freitas, o rio Ipitanga transbordou, houve muitos alagamentos, e as famílias em situação de risco foram retiradas, mas segundo a prefeita Moema Gramacho, ainda falta fazer muita coisa. “A partir do momento que essa ajuda do Governo do Estado nos é oferecida, a recuperação da cidade vai ser muito mais fácil”, afirmou a prefeita.

O prefeito de Simões Filho, Eduardo Alencar, disse que “a cidade está praticamente destruída, as escolas foram atingidas e o cemitério desabou”. Segundo ele, partir da ajuda do governo estadual, a cidade vai poder ser recuperada.
Relatório aponta os principais problemas causados pela chuva em Salvador e RMS.

Para solicitar ao governador Jaques Wagner a homologação do decreto de estado de emergência em Salvador, Lauro de Freitas e Simões Filho, a Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes) e a Coordenação Estadual de Defesa Civil (Cordec) elaboraram um relatório técnico com os principais problemas causados pelas chuvas na capital e Região Metropolitana, nas últimas 24 horas.

Na tarde desta terça-feira (4), o secretário estadual de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, Valmir Assunção, e as equipes da Cordec e do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar percorreram os principais pontos afetados pelo temporal, como o Rio das Pedras, na Boca do Rio, que transbordou, e a Rua 1º de Janeiro, em Pirajá, que teve três desabamentos de casas com duas vítimas fatais e uma criança em estado grave.

O trabalho de verificação também foi incorporado ao documento que, segundo Assunção, traz um mapeamento dos problemas estruturais das três cidades e pontua os estragos decorrentes do temporal. “Salvador viveu nesta terça-feira um caos, com diversos deslizamentos de terra e desabamentos com mortes e até cancelamentos de voos. A meteorologia prevê mais chuvas para os próximos dias e precisamos atuar para evitar mais estragos”, afirmou o secretário.

O Coordenador da Defesa Civil do estado, Antônio Rodrigues, destacou que o relatório foi elaborado com todo respaldo jurídico. “Fomos a campo, identificamos os lugares afetados e relatamos de forma precisa. Todo decreto precede de um ritual jurídico, que, neste caso, foi cumprido”, declarou Rodrigues.

Com o decreto, o Governo do Estado poderá ajudar os municípios, disponibilizando alojamentos, colchões, cestas básicas e cobertor, além de preparar um plano de ação para recuperar moradias e promover melhorias nas regiões atingidas pelas chuvas. “O Plano de Ação consistirá em medidas emergenciais para amenizar os danos e alternativas para evitar novos prejuízos”, afirmou Assunção.