Enseada, São Francisco do Paraguaçu, Guapira, Salaminas, Batatã, Guaruçu, são seis das 11 comunidades quilombolas de Maragojipe que, nesta terça-feira (5), pediram atenção para os conflitos pela posse da terra que herdaram de seus ancestrais. Integrantes do Grupo de Trabalho Quilombo na I Conferência de Promoção da Igualdade Racial de Maragojipe, os participantes apresentaram fotografias e denunciaram ameaças que sofrem de supostos proprietários das terras de onde, há décadas, tiram o seu sustento. Organizada pela Secretaria Municipal de Reparação Racial, o debate reuniu aproximadamente 150 pessoas na Associação Atlética local.

A secretária de Promoção da Igualdade, Luiza Bairros, falou sobre as contradições entre a luta dos movimentos sociais e a ação do Estado. Ela entende que a conferência é uma conversa da sociedade com o poder público para encontrar caminhos que possam ser adotados pela prefeitura e pelo Estado para superar os efeitos do racismo e das desigualdades. “Temos que superar a idéia alimentada, há anos, de que os negros são pessoas inferiores e subordináveis, apesar de todas as provas contrárias já dadas ao longo dos tempos”, afirmou. Ela lembra que o momento deve ser dedicado também a consolidação dos planos municipais e da avaliação crítica do Plano Estadual de Políticas de Promoção da Igualdade.

Maragojipe, junto com Feira de Santana, Nilo Peçanha, Ituberá e Ilhéus, encerram hoje uma maratona de conferências realizadas em 133 municípios, visando as etapas estadual e nacional da atividade, que acontecem respectivamente, de 24 a 26 de maio, em Salvador, e de 25 a 28 de junho, em Brasília.

O objetivo é a avaliação dos avanços, desafios e perspectivas da Política Estadual de Promoção da Igualdade Racial na Bahia e no Brasil. Das conferências no interior do estado, saem os delegados da estadual, quando serão eleitos os representantes da Bahia para a etapa nacional. Na Bahia, a Sepromi assume a coordenação da atividade em parceria com o Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDCN).