Publicada às 12h20

Atualizada às 17h20

Procurar emprego até há pouco tempo era uma tarefa difícil para o estudante do Ensino Médio, Edilson dos Santos, 20 anos. O jovem perdeu as contas de quantos currículos colocou em diversas empresas. Depois de sentir as dificuldades, Edilson resolveu se inscrever no Projeto Juventude Cidadã, fazendo o curso de construção civil, o que garantiu sua inserção no Mercado de Trabalho. “Participei de muitas entrevistas, mas não cheguei a ser selecionado. Faltavam em mim capacitação profissional e experiência”, conta. Agora, ele é um dos 1,6 mil jovens que receberam, nesta quarta-feira (20), no Hotel Bahia Sol Atlântico, o certificado de conclusão da primeira etapa do Projeto Juventude Cidadã.

O projeto disponibilizou na primeira etapa 2.440 vagas para Salvador, em 18 escolas estaduais, localizadas em bairros que apresentam os menores índices de renda per capita: Coutos, São Tomé de Paripe, Mata Escura, Nordeste de Amaralina, Beiru, Bairro da Paz, Mussurunga, Liberdade, Lobato, Pau Miúdo, Águas Claras e Cajazeiras.

Por meio do Juventude Cidadã, os estudantes podem escolher os cursos de Telemática, Construção Civil, Administração, Madeira e Móveis, Meio Ambiente, Turismo, Atendente de farmácia e de consultório médico, Vestuário e Transporte. A meta estadual do projeto é atender a 10.665 jovens entre 16 a 24 anos. Até o final do ano serão 3,5 mil jovens na capital e mais 7 mil em 59 municípios do interior.

O governador Jaques Wagner afirmou durante o evento de entrega dos certificados que aumentar a empregabilidade dos jovens baianos é uma das metas da gestão estadual. Segundo ele, mais 4.750 vagas foram abertas para a segunda etapa em Salvador e em mais 53 municípios para atender os interessados em se profissionalizar. “A meta principal deste governo é cuidar dos jovens. È oferecer a eles oportunidades. Consequentemente, quando a juventude tem um horizonte deixa de ser vítima da marginalidade. Não há política social melhor do que empregabilidade”, acredita.

Atualmente, o desemprego entre jovens de 15 a 24 anos é 3,5 vezes maior do que entre os trabalhadores adultos, segundo estudo realizado no ano passado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo estudos do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), 27% dos jovens residentes nas regiões metropolitanas do país estão desempregados Dos que conseguem entrar no mercado de trabalho, 34% batalharam por uma vaga por até seis meses.

Exemplo a ser seguido

Foi confiando em um futuro melhor com mais oportunidades, que o estudante Ramon Nonato, 20 anos, fez o curso de Atendente de Farmácia, oferecido pelo Projeto Juventude Cidadã. Morador do Curuzu, na Liberdade, Ramon se dedicou e acabou se tornando um exemplo para sua família, colegas de sala de aula e vizinhos.
Por meio das aulas de Reforço Escolar, Cidadania e Direitos Humanos, somados a muito esforço e dedicação, o jovem conseguiu realizar o sonho de ser aprovado no curso de Zootecnia, da Universidade Federal da Bahia, uma das mais concorridas do estado. Ficou em 26º lugar e ainda no primeiro semestre já participa de cursos de pesquisa da instituição.

“Agarrei a oportunidade com unhas e dentes. No inicio não acreditei muito no projeto pedagógico do projeto Juventude Cidadã, achei que era igual a todos os outros que não me deram resultado algum. Mas, quando iniciei, percebi que ali estava a minha chance. Estudei e fui em busca de meu objetivo. Ninguém acreditou quando eu disse que tinha sido aprovado na Ufba, acharam impossível. Provei que estavam enganados”.

Critérios

O Juventude Cidadã integra as ações do Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego (PNPE), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), e está sendo implementado na Bahia por meio da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), em parceria com outras secretarias de Estado e prefeituras. No território baiano, o MTE investe R$ 8 milhões no projeto, enquanto o Governo do Estado entra com uma contrapartida de R$ 9,5 milhões, provenientes do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep).

De acordo com a coordenadora de Projetos Especiais para Juventude da Secretaria do Trabalho,Emprego, Renda e Esporte, Rosane Porto, para participar de um dos cursos do Projeto Juventude Cidadã, os interessados devem ter idade entre 16 a 24 anos, não possuir vínculo empregatício, ter renda familiar per capita de meio salário mínimo e que estar matriculado regularmente na rede pública de ensino, frequentando o ensino fundamental ou médio ou em cursos de educação de jovens e adultos.

Os beneficiados têm aulas de cidadania e Direitos Humanos, reforço escolar, prestação de serviço voluntário à comunidade, qualificação profissional em qualquer área de sua escolha e preparação para inserção no mercado de trabalho.