Com a mudança do calendário proposto pelo Ministério da Agricultura (Mapa) de março e setembro para maio e novembro, a Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária, por meio da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), iniciou na sexta-feira (1) as atividades para a primeira etapa da campanha de vacinação da Febre Aftosa, que vai até o dia 31.

O objetivo da agência é ultrapassar os índices alcançados nas duas últimas campanhas onde o estado atingiu os percentuais mais altos de vacinação da sua história, 97% e 96.5% respectivamente. A meta é atingir 100% do rebanho vacinado. Atualmente a Bahia possui aproximadamente 11.250 milhões de de cabeças de bovinos e bubalinos. O lançamento da campanha acontecerá na Fazenda Natal, no município de São Sebastião do Passé, a 58 quilômetros da capital, na quarta-feira (6).

Durante todo mês da campanha, acontecerão seminários regionais nos grandes pólos produtivos, (Feira de Santana, Itabuna, Teixeira de Freitas, Barreiras e Itapetinga). O intuito é sensibilizar os produtores sobre as novas medidas preconizadas pela Adab. No seminário de Feira de Santana, que ocorre no dia 13, acontecerá uma palestra do diretor de sanidade animal do Mapa, Jamil Gomes de Souza, que abordará o tema Perspectivas para o Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa.

A Adab priorizou no ano passado o recadastramento e georreferenciamento de todas as propriedades criadoras de bovinos e bubalinos da zona tampão, área de divisa com outros estados que são considerados de alto risco para a Febre Aftosa. Uma equipe do Mapa juntamente com técnicos da adab ratificou a possibilidade dos limites geográficos da zona tampão serem reduzidos sem prejudicar o status de zona livre com vacinação que o estado possui. O zoneamento possui cerca de 1,2 mil quilômetros de extensão localizada nas regiões Norte e Noroeste do estado e foi criada em 2000 com o objetivo de proteger a Bahia de estados com maior risco para aftosa.

De acordo com o secretário da Agricultura, Roberto Muniz, há oito anos a Bahia é reconhecida como zona livre da febre aftosa com vacinação. Em 2005 esse título foi suspenso pela Organização Internacional de Saúde (OIE), assim como em mais nove estados, em virtude do foco da doença ter sido registrado em municípios do Mato Grosso do Sul. “Merecidamente, em julho de 2008, a Bahia reconquistou o status de zona livre, fato que permitiu, desde então, que os criadores baianos transitem seus animais vivos sem precisar fazer o teste sorológico” completou Muniz.

Segundo o diretor geral da Adab, Cássio Peixoto, não basta só o criador vacinar, ele também fica obrigado a declarar sua vacinação nos postos da Adab, caso contrário estará sujeito a multas e ter seus animais impedidos de retirar a Guia de Trânsito Animal (GTA), documento que atesta a sanidade dos animais e libera a exposição dos mesmos em eventos agropecuários.

Vacinação assistida

A Adab irá realizar em todo o estado vacinações assistidas e fiscalizadas. As ações consistem em atividades de acompanhamento na vacinação desde o número de doses adquiridas pelo criador até a sua aplicação. Os trabalhos serão em quatro estações, sendo a primeira etapa destinada a fiscalização das vacinas e aos trabalhos teóricos que tratam da vacinação e defesa agropecuária.

A segunda etapa é toda voltada para a vacinação, a terceira aborda os procedimentos de desinfecção do material e por fim são abordadas as obrigações legais dos criadores, a exemplo da declaração da vacinação nos escritórios da Adab. As vacinas devem possuir o selo de garantia e permanecer sob uma temperatura entre 2º e 8ºC. Toda vacina é testada pelos laboratórios oficiais.

A primeira etapa da campanha dará mais uma vez ênfase aos agricultores familiares e assentamentos indígenas. A vacinação será realizada diretamente por veterinários, técnicos e auxiliares da Adab.

Para garantir a qualidade das vacinas e quimioterápicos comercializados no estado, a Adab criou um selo que credencia os estabelecimentos que estão em conformidade com as exigências do órgão. O criador que optar comprar vacinas e quimioterápicos em locais não credenciados pelo órgão, corre o risco de estar levando produtos de baixa qualidade.