Os pescadores de Salinas da Margarida, Vera Cruz, Remanso, Pilão Arcado, Itapuã e Subúrbio Ferroviário receberam, na manhã desta quinta-feira (27), 500 cestas básicas da Coordenação de Defesa Civil do Estado da Bahia (Cordec). As cestas foram entregues em forma de tíquetes, no valor de R$ 50 cada um, para serem utilizados nas lojas da Cesta do Povo. A Cordec, em parceria com a Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca (Seap) da Presidência da República, está atuando porque há mais de um mês os pescadores não conseguem trabalhar, devido à chuva.

Edinildo Santana é presidente da associação de pescadores e mergulhadores de Itaparica e emprega quatro pessoas no seu barco. Segundo ele, os pescadores não estão saindo para o mar, por causa do mau tempo. “A gente fica pescando siri na praia, devendo conta de água, luz, mercado e muita gente vive de aluguel”, afirmou. Santana disse que a ajuda do governo veio em boa hora. “Isso vai durar algum tempo e vai melhorar a situação de todos, até que o tempo permita que a gente saia para pescar”.

Mergulhador há 16 anos, Nelson Cardoso, 44, tem dois filhos e disse que não tem outra fonte de renda. “A gente chega na beira da praia e se sente impotente, não tem como levar o sustento para a nossa família, é horrível”. Para ele, as cestas básicas vão ajudar as pessoas se manter até que seja possível voltar a trabalhar.

Para o diretor da Cordec, Antônio Rodrigues, a preocupação neste momento não é apenas de recuperar as casas, mas que garantir a vida das pessoas. “Nós estamos atentos a todas as situações de pescadores, trabalhadores rurais, pessoas que moram em encostas, é um leque de atividades que não envolve apenas a Cordec”, afirmou.

Recursos

Além destas questões humanitárias, segundo Rodrigues, a Cordec está pleiteando junto ao Governo Federal aproximadamente R$ 84 milhões, quantificados pelas informações prestadas pelos municípios, para investir na recuperação da infraestrutura danificada pela chuva no estado, como estradas vicinais, pavimentação, residências populares, entre outras coisas.

Segundo Rodrigues, todo o Governo do Estado pratica a defesa civil quando a Conder faz uma contenção de encosta, a Embasa desobstrui um canal ou o Derba recupera uma estrada. “Essa é a diferença deste governo, que utiliza este conceito novo baseado não somente em uma estrutura física, mas em um pensamento de proteção das pessoas”, observou.

Rodrigues lembrou que desde que começaram as chuvas já foram distribuídos oito mil colchões, oito mil cobertores e nove mil cestas básicas. “É a primeira vez que o Estado está enfrentando um desastre como este com condições de apoiar plenamente a população”.

Cesta do Povo

A distribuição das cestas básicas em forma de tíquetes da Cesta do Povo também é outra iniciativa importante, segundo Rodrigues. “Você tira o caráter vergonhoso de se pegar uma cesta de alimentos como se fosse um favor. Com o tíquete, você dá autonomia às pessoas, que podem escolher o que querem comprar sem passar pela humilhação de passar por uma fila para receber uma cesta”, comparou.

O superintendente da Seap, Marcelino Galo, completa dizendo que “a estratégia do governo de utilizar a Cesta do Povo é ótima, porque a rede está presente em todo o estado e isto evita o custo do transporte e torna a distribuição mais rápida”, observou.

Galo disse que os pescadores exercem sua atividade em uma relação muito profunda com a natureza e estas chuvas que já duram mais de 30 dias causaram um grande prejuízo para eles. “A Seap buscou junto à Defesa Civil, que nos atendeu de pronto e forneceu estas 500 cestas básicas para minimizar a situação difícil destes trabalhadores”.