Maior precisão no planejamento de rodovias, construção de açudes, instalação de redes de energia, mapeamento e controle ambiental, além do fornecimento de uma série de informações gerenciais. É o que possibilitará o novo Sistema Integrado de Informações Espaciais, Cartográficas e Estatísticas da Bahia, cujo convênio de cooperação técnica e financeira, no valor de R$ 8 milhões, foi assinado na terça-feira (12), entre a Secretaria do Planejamento (Seplan), a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais (SEI) e o Exército.

O investimento total do Estado na nova cartografia será em torno de R$ 30 milhões. Para esta fase do projeto, os R$ 8 milhões do convênio serão destinados às atividades do Exército de homologação, a fim de incluir essa nova base no Sistema Cartográfico Nacional; levantamento de pontos com o uso de GPS e implementação de um sistema de marcos geodésicos; e fiscalização da qualidade dos produtos anteriormente contratados com as empresas Imagem e Engemap.

O secretário do Planejamento, Walter Pinheiro, caracterizou a aquisição dessas novas tecnologias como um marco para o Estado. “Essa nova cartografia vai nos permitir olhar a Bahia de uma forma diferente, melhorando a atuação do Estado na prestação de serviços e, sem dúvida, preparar as condições para melhorar a vida da população”, afirmou.

O Exército também vai realizar um importante serviço de capacitação do corpo técnico do Estado para a manutenção e atualização dessas bases no futuro, além de estabelecer estratégias de transferência de know-how da Diretoria de Serviço Geográfico (DSG) para os órgãos do Estado que trabalham com cartografia. “A transferência tecnológica é outro aspecto importante desse projeto. Não adianta receber tecnologia sem treinamento para dominá-la, para criarmos conhecimento novo a partir do que for trazido”, ressaltou Pinheiro, que chamou atenção ainda para a tecnologia de ponta envolvida, “no mesmo nível de qualquer outro lugar do mundo”.

Para o diretor geral da SEI, Geraldo Reis, a nova base cartográfica e os demais produtos adquiridos formam um conjunto de ferramentas substanciais para o planejamento estadual. “A nova base cartográfica é essencial para o planejamento e para a gestão de todas as políticas públicas do Estado, desde o planejamento de um aeroporto, de um porto, de uma ferrovia ou ainda o acompanhamento da dinâmica da preservação ambiental e dos recursos hídricos, por exemplo”, explicou.

O general de brigada Pedro Ronalt Vieira lembrou ainda o caráter de pioneirismo da base digital baiana. “A cartografia digital baiana é pioneira na região Nordeste e, considerando a escala de 1:25.000, também é considerada inédita no Brasil. Uma escala de alta resolução vai gerar 2.001 cartas, quantidade até então não gerada em um estado do País. O comum é trabalhar com a escala de 1:50.000, que traz menos detalhamento da informação”, explicou. O trabalho do Exército vai durar cerca de 36 meses e irá contar com cerca de 200 profissionais, entre trabalho de campo e de gabinete.

A cartografia disponível hoje no estado, construída na escala 1:100.000 data das décadas de 70 e 80, tendo apenas 227 folhas topográficas.