A Biblioteca Pública do Estado da Bahia, nos Barris, sediou neste domingo (24), a primeira atividade relativa à visita do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, à Bahia. O líder venezuelano chegará a Salvador nesta terça-feira (26) para reuniões com o presidente Luís Inácio Lula da Silva, o governador Jaques Wagner e outras autoridades brasileiras.

Para celebrar as relações culturais e econômicas entre Brasil e Venezuela foi criado o Maio Bolivariano, uma série de atividades gratuitas que movimentarão a Biblioteca Pública até o dia 31 de maio. Na programação haverá mostra de livros, exposição de fotógrafos venezuelanos e brasileiros, exibição dos filmes A revolução não será televisionada, Tocar y luchar, Procura de Bolívar, The promise of music, entre outros, além de conferências de especialistas sobre a história e a cultura sul-americana.

Debates

Uma mesa, no dia 27 de maio (quarta-feira), às 20h30, reunirá os deputados Javier Alfaya e Emiliano José, a diretora da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (UFBA), Lina Aras e o historiador Ubiratan Castro de Araújo, diretor da Fundação Pedro Calmon, para debaterem o filme A revolução não será televisionada”, que será exibido às 19h. A troca de experiência entre a Bahia e a Venezuela na formação de orquestras juvenis será o tema da mesa do dia 29 de maio, sexta-feira, às 19h, que contará com a presença do diretor da Orquestra Sinfônica da Bahia, Ricardo Castro e da diretora da Fundação Cultural do Estado, Giselle Nussbaumer. Neste dia serão exibidos os filmes Tocar e Luchar, às 16h, e Turnê 2008 da Orquestra Sinfônica Símon Bolívar pela Europa, às 20h.

O Projeto Maio Bolivariano homenageia Símon Bolívar (1783-1830), líder revolucionário nascido em Caracas, atual capital da Venezuela. Bolívar contribuiu decididamente para a libertação de cinco países sul-americanos do domínio espanhol: Venezuela, Colômbia, Bolívia, Peru e Equador. Sua trajetória inspirou outros grandes ativistas das Américas, como Ernesto Che Guevara, Fidel Castro e Salvador Allende.

Abertura

Presente à abertura do Projeto, o diretor-geral da Fundação Pedro Calmon/Secult, Ubiratan Castro de Araújo, elogiou as políticas públicas da Venezuela na área da literatura. “Não é por acaso que a agenda de atividades entre Brasil e Venezuela comece aqui, em um biblioteca, em meio a livros. Isso se dá pela importância que o governo e a sociedade venezuelana têm dado à difusão do livro e do conhecimento. Invertendo a lógica de que o saber é somente para a elite, para os poderosos, a Venezuela tem apresentado diversas políticas públicas de incentivo à leitura e democratização do acesso ao livro”, afirmou Castro.

A cônsul-geral da Venezuela no Brasil, Comoroto Godoy Calderón, destacou a cultura como elo de ligação entre os países da América Latina, incluindo o Brasil, único a não falar o espanhol. “Somos uma só pátria de homens livres, unidos pela cultura e pela luta em nome da liberdade. Temos que romper este pequeno obstáculo da língua e intercambiar experiências positivas”, disse.

Entre os presentes, estava o secretário estadual de Educação, Adeum Sauer, o adido cultural da Venezuela Wilfredo Porteles, o deputado estadual Javier Alfaya, bibliotecárias e representantes das bibliotecas comunitárias de Salvador. Responsáveis pelo incentivo à leitura em comunidades carentes, as bibliotecas comunitárias receberam doações de livros do Governo venezuelano e da Fundação Pedro Calmon / Secretaria de Cultura do Estado.

Cúpula

Dia 26 de maio, os presidentes Luís Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez se encontram em Salvador durante a Cúpula Brasil-Venezuela. No encontro, com a presença do governador Jaques Wagner, será celebrado o acordo de Irmanamento entre a Bahia e o Estado de Aragua – Venezuela, com o objetivo de fortalecer a integração comercial, o intercâmbio cultural e o turismo entre os estados.

“Com este Projeto Maio Bolivariano estamos retornando nossa conexão histórica com a Venezuela, grande berços dos ideais libertadores da América Latina. A luta pela independência da Bahia, em 1823, foi muito influenciada pelo pensamento e trajetória de luta do líder Símon Bolívar, que pregava a união de todos os povos latino-americanos e a independência total desses países, frente ao colonialismo”, encerrou Ubiratan Castro de Araújo.