O Hospital São Jorge (HSJ), situado no Largo de Roma, vai contar com um centro cirúrgico e 100 leitos para internação, além de passar a ser administrado pelas Organizações Sociais Irmã Dulce (Osid). Os melhoramentos fazem parte de um pacote de reestruturação do HSJ, incluído na política de ampliação de leitos e modernização da rede hospitalar do Estado, anunciado nesta quinta-feira (14) pelo secretário da Saúde, Jorge Solla, em entrevista coletiva na Secretaria Estadual da Saúde (Sesab).

Segundo Solla, as reformas serão feitas dentro de um cronograma dividido em três anos, durante os quais o HSJ não vai parar de funcionar. “Não haverá limitações nos serviços oferecidos pelo hospital”, garantiu o secretário. Ele disse que a unidade de urgência/emergência continuará funcionando e os serviços ambulatoriais que precisarem ser remanejados serão disponibilizados em outros hospitais.

Na primeira fase das obras – Solla informou que deve começar em julho –, será ampliada a unidade de urgência/emergência. Na segunda fase, haverá a adequação da área que vai receber as futuras enfermarias para implantação dos leitos cirúrgicos. “Na verdade, são dois centros cirúrgicos – um com seis salas, para cirurgias eletivas, e outro com quatro salas, para urgência/emergência”, destacou.

O HSJ vai contar também com ambulatórios para oftalmologia, salas para exames oftalmológicos, ambulatórios especializados, centro de diagnóstico por bioimagem, laboratório de patologia clínica, agência transfusional, lavanderia e cozinha industrial. “O HSJ será o primeiro hospital-dia da rede estadual”, afirmou.

Contrato de gestão

“O hospital não vai ser cedido nem privatizado”, ressaltou Solla. Ele lembrou que as Osid, que vão administrar o HSJ por meio de um contrato de gestão, estão completando na próxima semana 50 anos de história na saúde da Bahia. “Quem diz que o hospital das Osid é privado desconhece completamente a história da Bahia e a obra da Irmã Dulce”, observou.

O secretário ressaltou que o Hospital Santo Antônio (HSA), que é das Osid e atende 100% SUS, é um dos maiores hospitais gratuitos do Brasil e não possui convênio com nenhum plano privado de saúde. Ele disse que o HSJ vai contar com a parceria do HSA, que possui mais de mil leitos, um grande ambulatório em diversas especialidades e vários serviços de apoio e diagnóstico, mas não possui atualmente um serviço de urgência/emergência.

“Assim, por meio dessa parceria, o HSA terá uma unidade de urgência/emergência e o HSJ vai ganhar uma grande retaguarda de cerca de mil leitos”, afirmou.

Quanto ao formato do convênio, Solla declarou que o Hospital do Oeste, em Barreiras, já está funcionando por meio de um contrato de gestão com as Osid e isso tem sido muito positivo. “Ele é hoje uma das unidades reconhecidas pela população da Bahia pela sua capacidade de atendimento”, disse.

Ele explicou que, até o início de 2007, muitos pacientes precisavam ir a Brasília, por exemplo, para fazer uma neurocirurgia, “e desde o segundo semestre de 2007 isso não acontece mais”.

Plano de investimentos

O secretário disse que as obras de recuperação e ampliação do HSJ fazem parte de um plano de investimentos que pressupõe a entrega de cinco novos hospitais nesses quatro anos, além da reforma de todos os hospitais do Estado, sendo que 32 delas já estão em andamento.

“Já entregamos o Hospital de Irecê, vamos inaugurar este ano o de Juazeiro e o de Santo Antônio de Jesus, e em 2010 é a vez do Hospital do Subúrbio, em Salvador, e o da Criança, em Feira de Santana”, citou. E declarou que o Estado está fazendo em quatro anos mais de 20% do que foi construído com a criação da rede da Sesab.

Solla informou ainda que o projeto para a reforma do Hospital Geral do Estado (HGE) será apresentado em breve. “A escola de formação técnica vai migrar para outro lugar e o hospital vai receber uma nova torre”, adiantou.