Testes para detecção de hepatite C e a vacina contra hepatite B, além de vários estandes onde era possível obter informações, orientações e serviços sobre as hepatites virais, marcaram o início da Semana Estadual de Mobilização para Prevenção e Controle das Hepatites Virais, no domingo (17).

A semana é uma iniciativa das secretaria da Saúde do Estado, do Município de Salvador e do Grupo Vontade de Viver, Organização Não-Governamental de apoio aos portadores de hepatite C. A mobilização continuou nesta segunda-feira (18) com a realização de um seminário, no Centro Estadual de Especializado em Diagnóstico, Assistência e Pesquisa (Cedap). Nesta terça-feira (19), acontece outro seminário, na Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz).

No Campo Grande, a população teve acesso também a aconselhamento médico, material educativo e sorteio de brindes. Para a dona-de-casa Rosemary Sodré, esse tipo de ação é importante. “Às vezes não temos tempo ou facilidade para procurar uma unidade de saúde para fazer o teste e tomar a vacina contra hepatite”. O Grupo Vontade Viver está fazendo uma panfletagem nos ônibus urbanos, dando continuidade às atividades educativas para a prevenção e controle das hepatites virais.

Transplante de fígado

De acordo com o médico Raymundo Paraná, as hepatites B e C respondem por metade dos transplantes de fígado realizados no estado. As estimativas indicam que entre 2% e 5% da população brasileira esteja infectada com o vírus da hepatite C, ou seja, entre 3 e 8 milhões de pessoas. Em todo o mundo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) calcula que existam cerca de 170 milhões de portadores do vírus e que para cada portador conhecido, existem 10 a 20 que desconhecem a doença, que quando não é diagnosticada e tratada pode causar cirrose hepática, câncer do fígado e até a morte.

A hepatite C é transmitida por transfusão de sangue e por via parenteral e pode agir silenciosamente ao longo de 20 a 30 anos. Indivíduos que receberam transfusão sanguínea antes de 1993, que fizeram tatuagem ou colocaram piercing, que sofrem acidente ocupacional com exposição percutânea ou de mucosas por sangue contaminado ou hemoderivados e usuários de drogas injetáveis são considerados de risco para hepatites virais, conforme esclareceram os técnicos do Programa de Hepatites Virais da Sesab.