Produtores da região oeste da Bahia estão utilizando o resíduo da agricultura, em especial da soja e do milho, para criação do gado de engorda. A experiência, que adota o sistema de semiconfinamento com suplementação no cocho, vai reduzir o tempo de abate em até um ano, além de melhorar a qualidade da carcaça animal na região.

A iniciativa ganhará projeção com o apoio da Secretaria Estadual da Agricultura (Seagri) para construção de um confinamento com capacidade para 50 mil bois, em dois ciclos, o que equivale a 100 mil bovinos por ano. Dessa capacidade, 20 a 30% será destinada ao sistema de boitel ou parceria.

No complexo agroindustrial, denominado Captar West Bahia Farm (CWBF), haverá ainda uma fábrica de ração e adubo orgânico. Através dos programas estaduais Desenvolve e Agrinvest, que concedem incentivos fiscais, vai ser possível iniciar as obras em 45 dias.

“Apoiando empreendimentos sustentáveis como esse, queremos inserir a Bahia, que possui o quarto maior rebanho do país (11 milhões de cabeças), no rol de estados exportadores”, declarou o secretário da Agricultura, Roberto Muniz, durante a Feira de Tecnologia Agrícola e Negócios Bahia Farm Show, que aconteceu na última semana no município de Luís Eduardo Magalhães.

O gestor do empreendimento, Almir Moraes Filho, disse que com o sistema de integração lavoura-pecuária não é preciso desmatar para criar bois. “Os animais são adquiridos com idade de quatro a cinco meses e peso médio de quatro arrobas. A expectativa é de que já neste ano dez mil animais sejam trazidos a Luís Eduardo Magalhães para o sistema de semiconfinamento”, afirmou. O rebanho bovino nas regiões do Vale e Cerrado está estimado em 2,1 milhões de cabeças.