As vendas do comércio varejista da Bahia cresceram 6,8% em abril, em relação a igual mês do ano anterior. Essa foi a taxa mais expressiva registrada pelo setor em 2009 na comparação com os respectivos meses de 2008. Em comparação com o mês imediatamente anterior, março, a variação foi de -0,4%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC/IBGE), divulgados em parceria pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento do Estado. Em 2009, comércio acumula crescimento de 3,6%.

A taxa mais significativa em abril, na comparação com o ano anterior, foi do ramo de Outros artigos de uso pessoal e doméstico, com 52,9%, acumulando 41,9% de incremento em 2009. Este foi o melhor resultado do segmento desde janeiro de 2005, quando passou a ser investigado pela pesquisa.

O desempenho favorável é resultado da grande variedade de artigos comercializados pelas lojas, especialmente as de CDs, material ótico e fotográfico, jóias, artigos esportivos e brinquedos. O desempenho também foi fortemente influenciado pelo aumento das vendas de ovos de chocolate, em razão da Páscoa.

Outro ramo que pesou para o crescimento do indicador do comércio foi o de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios bebidas e fumo, com taxa de 14,3% no mês e 6,7% no acumulado do ano. O segmento supermercadista, principal atividade do varejo, vinha apresentando pequenas taxas de crescimento nos meses anteriores. A taxa de abril foi a mais expressiva desde fevereiro de 2007. Esse resultado pode ser creditado, principalmente, ao aumento das vendas dos produtos tradicionalmente consumidos na Semana Santa.

Também cresceram em abril os ramos de Combustíveis e lubrificantes (2,9%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumarias e cosméticos (1,6%).

Alguns segmentos mais afetados pela crise apresentam queda em abril de 2009, em relação ao mesmo mês de 2008. São eles Equipamentos e materiais para escritório informática e comunicação (-1,9% no mês e -20,2% no ano), Móveis e eletrodomésticos (-7,4% no mês e -4,8% no ano), Tecidos, vestuário e calçados (-8,0% no mês e -5,6% no acumulado de 2009) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-22,4% em abril e 16,0% no ano).

Esses segmentos foram afetados, sobretudo, pelas restrições do crédito, que ficou mais escasso, mais caro e com prazos de parcelamento menos elásticos.

Dos ramos que não integram o indicador do varejo, mas são pesquisados pela PMC, Veículos, motocicletas, partes e peças recuaram 8,5% nas vendas e Material de Construção, -10,3%. Os ramos acumularam respectivamente 3,2% e -7,6% de janeiro a abril de 2009.