Interessada em ampliar as relações com a Bahia, especialmente na área de infra-estrutura e mineração, chegou a Salvador, nesta terça-feira (30), a missão chinesa da República Autônoma de Guangxi Zhuang. Recepcionada pelo presidente do Promo – Centro Internacional de Negócios da Bahia, Ricardo Saback, a missão é composta por 15 representantes da província do sul da China, incluindo lideranças empresariais e de governo, entre eles executivos de grandes empresas, como a Dameng (empresa multinacional de mineração) e Guangxi Coastal Railway (maior empresa de transporte da região, que opera a rede de ferrovias e três portos).

“A China é hoje o principal parceiro comercial da Bahia”, afirmou o presidente do Promo, Ricardo Saback, ao recepcionar os chineses, apresentando as oportunidades de negócios e parcerias para investimentos, principalmente a partir dos projetos de instalação da Ferrovia Oeste-Leste e do Porto Sul, em Ilhéus, para escoamento da produção de minério e da agroindústria, salientando que “o Governo Federal e o Governo da Bahia vêm investindo muito para recomposição das ferrovias e portos para impulsionar o desenvolvimento”. Ele também apresentou a estrutura de funcionamento do Promo, que atua a 40 anos, colocando a instituição à disposição para intermediar as negociações e os acordos de cooperação.

“Estamos interessados em fazer parceria com a Bahia pela similaridade entre as nossas regiões. Assim como a Bahia, Guangxi é forte em mineração, agricultura, turismo e também tem aporte na área de equipamentos, de produtos químicos e da indústria automobilística, além do clima muito parecido e dos investimentos em expansão da infraestrutura para o desenvolvimento”, afirmou a chefe da missão, Wong Sining, diretora-adjunta da Comissão de Administração das Empresas Estatais de Guangxi Zhuang. A região autônoma da China tem PIB de U$ 108 bilhões e uma população de 51 milhões de habitantes.

Parceria empresarial

Na área de mineração, o interesse da multinacional chinesa Dameng Manganese Industry “é fazer cooperação com as empresas que operam com mineração na Bahia”, disse o executivo e economista chinês Chen Jiqui, considerando a grande potencialidade do subsolo baiano. Ele manifestou interesse também em conhecer a legislação e o apoio governamental para os investidores estrangeiros.

Na área de infraestrutura, as oportunidades são de dupla via. “Temos interesse tanto em participar de projetos na Bahia, como estamos abertos para fazer parcerias com empresas interessadas em atuar na construção pesada na área de transporte na China”, afirmou Zheng Lie, chefe da Guangxi Coastal Railway, maior empresa da região, que opera com ferrovias e portos e que “vem registrando um crescimento de 15% ao ano”. Ele manifestou sua surpresa com a falta de malha ferroviária no país, vendo aí uma oportunidade para investimento.

Parceria comercial

Na área comercial, o presidente do Promo informou que a Bahia e China começaram a estabelecer os primeiros contatos comerciais em 1949, quando a República Popular da China foi criada, mas só começou a se desenvolver a partir de 1974 quando foram formalizadas as relações diplomáticas entre os dois países.

Nos últimos cinco anos, o intercâmbio comercial disparou, com um crescimento médio da ordem de 36% ao ano, passando de US$ 238,7 milhões em 2004, para US$ 1,1 bilhão em 2008. Este ano, até maio, a China já se posiciona como principal mercado para as exportações baianas, comprando diversos produtos do estado, como cobre, celulose, algodão e resinas plásticas.

Agenda chinesa

A missão chinesa encerra a visita nesta quarta-feira (1º), às 9h, na sede da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral – CBPM, onde vai conhecer as potencialidades de mineração no estado. A agenda no Brasil inclui visita a Brasília e São Paulo.