Mulheres ameaçadas por qualquer tipo de agressão pelos maridos, namorados ou companheiros devem denunciá-los à polícia antes de tornaram-se vítimas de um crime, como ocorreu com a assistente social Luciana Brasileiro Lopo, torturada pelo companheiro Adalberto França Araújo Filho, que também tentou assassina-la na residência do casal, em Vilas do Atlântico, na sexta-feira passada (26).

“Denunciar a violência contra a mulher é sempre a melhor solução”, ressalta a delegada Isabel Alice de Pinho, diretora do Departamento de Crimes Contra a Vida (DCCV), salientando que em 90% dos casos, os companheiros são os agressores. Entre 1º de janeiro deste ano e o início da manhã de segunda-feira passada (29), a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM), instalada no Engenho Velho de Brotas, registrou 4.075 ocorrências.

A Bahia conta com outras 14 DEAMs, em funcionamento no subúrbio de Periperi e nos municípios de Vitória da Conquista, Feira de Santana, Ilhéus, Camaçari, Porto Seguro, Itabuna, Teixeira de Freitas, Candeias, Alagoinhas, Paulo Afonso, Juazeiro, Jequié e Barreiras. Essas unidades dispõem de estrutura informatizada para a oferta não apenas dos tradicionais serviços policiais, como registro, apuração e investigação de ocorrências, mas sobretudo, para acolher e orientar mulheres vítimas de violência intrafamiliar e casais que atravessam conflitos.

Agressores são pessoas conhecidas

As estatísticas apontam que, no Brasil, a cada minuto quatro mulheres são espancadas e uma, em cada cinco, declara espontaneamente ter sofrido algum tipo de violência. Revelam ainda que em cada grupo de 100 brasileiras, mais de 20 são agredidas dentro de casa. Sete em cada dez dessas vítimas têm como algozes alguém conhecido, especialmente o atual ou ex-namorado, companheiro, noivo ou marido. Na Bahia, denúncias podem ser encaminhadas à Central Disque Denúncia da Secretaria da Segurança Pública (3235-0000). A identidade do denunciante é mantida em sigilo.