Em maio, foram criados novos 9.060 postos de trabalho na Bahia, diferença entre 53.628 contratações e 44.568 desligamentos no mês, fazendo o estado acumular 16.979 novos postos de trabalho com carteira assinada em 2009. Os dados são Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

A Bahia ficou entre os cinco estados brasileiros que mais ampliaram as oportunidades de emprego, depois de São Paulo (44.521), Minas Gerais (37.518), Paraná (11.682) e Espírito Santo (10.061). No contexto regional, o estado liderou com grande folga o ranking da geração de oportunidades de trabalho: de cada três vagas abertas no Nordeste, em maio, a Bahia respondeu por duas.

Segundo análise da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento, nos municípios baianos com mais de 30 mil habitantes, os maiores saldos foram encontrados em Juazeiro (2.276), Salvador (1.508) e Lauro de Freitas (629). Setorialmente, em Juazeiro, a Indústria de Transformação liderou a abertura de vagas (76,7%). Em Salvador, a Construção Civil (40,3%) ficou à frente. E, em Lauro de Freitas, os Serviços criaram 78,7% das vagas celetistas.

Por outro lado, os menores saldos de emprego, considerando os municípios com mais de 30 mil habitantes, ocorreram em Cruz das Almas (-161 vagas formais), Mata de São João (-160) e Campo Formoso (-65). A Agropecuária liderou o fechamento de postos de trabalho em Cruz das Almas, enquanto em Mata de São João, foi o setor de Serviços o responsável pelo resultado. Já em Campo Formoso, as atividades ligadas a Extrativa Mineral foram decisivas para o fechamento de postos em maio.

Emprego no interior

Quando analisada a totalidade dos 417 municípios baianos, a maior parte das oportunidades de emprego criadas não tiveram como palco o centro mais dinâmico da economia do estado – a Região Metropolitana de Salvador (RMS). Aproximadamente 80% das oportunidades de emprego foram abertas em municípios do interior. Situação semelhante foi observada nacionalmente, uma vez que os grandes centros urbanos do país responderam, aproximadamente, por apenas ¼ das vagas geradas.

No total dos setores, os que mais se destacaram na abertura de postos de trabalho no mês foram Agropecuária (3.160), Serviços (2.086) e Indústria de Transformação (1.870). Na seqüência, estão Comércio (1.390), Construção Civil (624) e Serviços Industriais de Utilidade Pública (151). O único setor que eliminou vagas foi o de atividades extrativas minerais, com menos 228 postos de trabalho.

Serviços, construção civil e agropecuária se destacam no ano

No ano, a Bahia já acumula 16.979 novos postos de trabalho com carteira assinada. Esse resultado é diametralmente oposto ao verificado para a economia nordestina no seu conjunto (-92.114 postos de trabalho). Em termos de variação percentual (1,26%), o resultado do acumulado de 2009 no estado é mais do que o dobro do resultado medido para o país (0,56%).

De janeiro a maio, a abertura de postos com carteira assinada na Bahia concentrou-se fundamentalmente em três setores: Serviços (6.302), Construção Civil (5.652) e Agropecuária (5.650). O tímido desempenho da Indústria de Transformação (221 postos de trabalho) e o resultado negativo no setor comercial (-446 postos de trabalho), no período, refletem as severas adversidades que essas áreas têm enfrentado no contexto da crise.

No acumulado do ano, assim como no mês de maio, Salvador (3.715), Juazeiro (1.901) e Lauro de Freitas (1.775) tiveram saldos mais significativos de postos celetistas. Os resultados foram puxados pelos mesmos setores que se destacaram no mês: em Salvador, a Construção Civil (75,0%); em Juazeiro, a Indústria de Transformação (90,8%) e em Lauro de Freitas, os Serviços, representando a totalidade de seu saldo.

Ao se examinar os municípios baianos com mais de 30 mil habitantes e com menores resultados de saldos de emprego com carteira assinada no acumulado do ano, Ilhéus (-421) e Mata de São João (-372 vagas) destacaram-se dos demais. Vale ressaltar que em Ilhéus, o setor da Indústria de Transformação foi o que mais teve a sua demanda por trabalhadores formais diminuída, equivalendo a 58,4%. Já em Mata de São João, o setor de Serviços foi decisivo para o resultado de postos de trabalho fechados.