Sessenta famílias de agricultores de dez comunidades do município de Glória, no Território de Itaparica, receberão 300 fêmeas mestiças e dez reprodutores Puro de Origem (P.O) da raça Anglo Nubiano. Serão cinco fêmeas para cada família e um reprodutor por comunidade e para cada 30 matrizes.
A entrega será feita, nesta quarta-feira (29), pelo secretário da Agricultura, Roberto Muniz. A distribuição dos animais faz parte do projeto de melhoramento genético de caprinos e ovinos do Programa Sertão Produtivo, na região do semiárido baiano.

Lembrando o Dia do Agricultor (28), o secretário destaca que o agricultor familiar tem papel relevante na agropecuária baiana. “Este setor é responsável por 24% do PIB baiano, e os pequenos agricultores respondem por 1/3 deste percentual”. A Bahia, disse ele, “é o estado com maior contingente de agricultores familiares do País, num total de 765 famílias”.

Aliado do pequeno produtor, o Estado está empenhando em fornecer estrutura hídrica, manejo sanitário, assistência técnica e capacitação para garantir maior qualidade e produtividade do rebanho. Além da distribuição dos animais, disponibiliza dois kits de inseminação artificial com oito mil doses.
O Programa Sertão Produtivo prevê distribuir, até o final do ano, 38.265 animais a 7.680 famílias, em 128 municípios. “O programa estimula e valoriza a ovinocaprinocultura no semiárido baiano. Milhares de famílias encontram uma importante fonte de renda nesta atividade, que representa um aporte fundamental para o fortalecimento da agricultura familiar nos territórios”, analisa o secretário.

O superintendente da Agricultura Familiar da Seagri, Ailton Florêncio, explica que as raças distribuídas possuem dupla aptidão (carne e leite) e se adaptam muito bem ao semiárido, com alta taxa de fertilidade e baixo custo de criação. Além do aumento da qualidade da carcaça e do peso, que contribuirão para aumentar a renda dos agricultores familiares. “Esta iniciativa surge como um marco na promoção do desenvolvimento e inclusão social do semiárido” diz Florêncio.

A Bahia lidera o ranking nacional de caprinos (4,5 milhões de cabeças) e encontra-se em segundo lugar na criação de ovinos (2,5 milhões), estando 93% deste rebanho no semiárido baiano.

O programa

Com recursos de R$ 13 milhões, o Programa Sertão Produtivo integra o Programa Terra de Valor para o estímulo à ovinocaprinocultura no semiárido, que já atendeu a 40% dos municípios, com a distribuição quase 16 mil animais entre caprinos e ovinos das raças Anglo Nubiana, Boer, Dorper, Santa Inês.
O Sertão Produtivo busca melhorar geneticamente os maiores rebanhos de caprinos e ovinos do Brasil. Além da distribuição de matrizes e reprodutores, são fornecidos kits de ensilagem, dentre outras atividades.

Os animais são submetidos às ações sanitárias da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), que tem a função de assegurar a sanidade dos animais por meio de inspeção clínica e exigência aos fornecedores da documentação sanitária específica.

Para os caprinos é exigida a Guia de Transporte de Animais (GTA) e o atestado Negativo de Exame Laboratorial para CAE para animais a partir dos seis meses de idade. Já para os ovinos é exigida a GTA.

Com objetivo de garantir que os agricultores familiares incluídos no Programa Sertão Produtivo só recebam animais de qualidade e sanidade comprovadas, a Secretaria da Agricultura criou comissões locais em todos os municípios.

As comissões são formadas pelo secretário municipal da Agricultura ou técnico indicado por ele; sindicato dos trabalhadores rurais, representante da associação ou cooperativa dos beneficiados pelo programa, representantes da Adab e da EBDA. Estas comissões têm o poder de rejeitar até todos os animais, obrigando o fornecedor a entregar novo lote, de acordo com as especificações.