A sala Walter da Silveira exibe, desta sexta-feira (17) ao próximo dia 23, uma programação especial em homenagem ao cineasta alemão Hans-Jürgen Syberberg, um dos mais criativos realizadores da segunda metade do Século passado. Com o apoio do Instituto Goethe, o evento, que tem entrada franca, vai proporcionar ao público soteropolitano a chance de assistir a duas de suas obras mais significativas: Ludwig e Karl May. As duas produções, ao lado de “Hitler – um filme da Alemanha” (já exibido na sala), formam uma trilogia que percorre 100 anos de história alemã, do início da industrialização à queda do Terceiro Reich e o renascimento da nação no pós-guerra.

Durante o mesmo período, o cinema dos Barris exibe “Quatro Moscas Sobre o Veludo Cinza”, do italiano Dario Argento, na sessão das 20h, com exceção do dia 22, em que a sessão noturna é reservada ao projeto “Quartas Baianas”, que na próxima edição traz programa formado pelo documentário de média-metragem “O Samba de Roda na Palma da Mão”, de José Carlos Torres e Jorge Páscoa, e ainda o curta “Maniçoba”, de Paulo Hermida.

A obra de Syberberg já foi descrita por muitos como sendo uma combinação cinematográfica entre o teatro épico de Bertolt Brecht e a estética da ópera de Richard Wagner. A convite do primeiro, ele passou a freqüentar, ainda na adolescência, o Berliner Ensemble, companhia de teatro do próprio Brecht. Lá, aos 17 anos, passou a utilizar uma câmera 8mm para filmar algumas representações teatrais. Em 1971, utilizou esse material, que ele julgava perdido, para produzir o documentário “Depois de Minha Última Mudança” (Nach meinen letzten Umzug).

Em 1977, lança “Hitler – um filme da Alemanha” (Hitler, ein Film aus Deutschland). A obra, que tem sete horas de duração, teve o lançamento proibido na Alemanha por pedido do próprio autor, que acreditava estar sendo perseguido pela imprensa local. O filme foi descrito pela intelectual norte-americana Susan Sontag como uma das maiores obras de arte do Século 20.