O primeiro dia do Encontro Baiano de Museus, nesta quarta-feira (29), foi dedicado às informações ligadas à gestão de instituições e aspectos reguladores do exercício profissional na área. Museólogos de diferentes gerações, estudantes e dirigentes de espaços em diversos municípios baianos marcaram presença no Salão Nobre do Palácio da Aclamação, onde os palestrantes reafirmaram os eixos político e da dinamização, norteadores do evento, que é realizado, pela primeira vez, na Bahia. A solenidade de abertura contou com a presença do secretário de Cultura, Márcio Meirelles.

O ciclo de palestras foi aberto pelo diretor de Processos Museais do Instituto Brasileiro de Museus do Ministério da Cultura (Ibram/MinC), Mário Chagas, apresentou pontos sobre a Política Nacional de Museus e desafios enfrentados pelos gestores da área.

A atuação do Ibram engloba ações na área de gestão, democratização do acesso, capacitação, fomento, modernização, infra-estrutura e aquisição de peças. Segundo Chagas, o Brasil abrange uma grande diversidade de museus, situados em casarões, sítios, prédios de arquitetura arrojada e até mesmo abrigos, contemplando temas igualmente variados.

Mesmo assim, o país tem um número de instituições ainda considerado pequeno – aproximadamente 2.700. "Os EUA têm 18 mil museus, um país como a Áustria, com 8 milhões de habitantes, tem 2 mil", compara.

As explanações de Carlos Roberto Brandão, presidente do Conselho Internacional de Museus no Brasil (Icom-BR), e Carlos Alberto Costa, presidente do Conselho Regional de Museologia da 1ª Região (Corem), se concentraram na atuação dos profissionais de museus.

Os dois fizeram um convite para a regularização dos profissionais e atuação em ambas as organizações. Na ocasião, Carlos Brandão ressaltou o lançamento da edição, por meio da Diretoria de Museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Dimus/Ipac), da versão traduzida para português do código de ética da categoria, uma parceria, no estado, do Icom-BR com a Secretaria de Cultura (Secult).

O superintendente de Promoção Cultural da Bahia, Carlos Paiva, apresentou as linhas de fomento da Secult, dando ênfase às possibilidades de captação por parte de instituições museais. Paiva falou ainda da política estadual para manutenção de instituições culturais, explicando as mudanças ocorridas de 2006 até hoje.

De acordo com o superintendente, apesar de não haver em todo o país uma política clara para este tipo de apoio, a atual proposta da Secult prevê aumento no teto anual de R$ 400 mil para R$ 550 mil, avaliação do desempenho das atividades e estímulo ao planejamento para fortalecer as instituições.

Também realizaram palestras, Luciana Sepúlveda, apresentando sua experiência na direção do Observatório de Museus da Fiocruz, e Simone Flores, coordenadora do Ibram/Minc, que fez uma exposição sobre o Sistema Brasileiro de Museus.

O encerramento ficou por conta do diretor de Museus do Ipac, Daniel Rangel, organizador do evento, que apresentou a política estadual para o setor e fez também um convite para que museólogos, gestores e arte-educadores inscrevessem projetos para concorrer aos investimentos oferecidos por meio dos editais de museus, cujas inscrições seguem até 14 de agosto.