A partir desta quinta-feira (23), às 18h, a Galeria Xisto Bahia, nos Barris, recebe a Mostra Lotte Reiniger, com material utilizado nos filmes de animação da cineasta. Nascida em Berlim (Alemanha), em 1898, ela trabalhou com silhuetas de papel, técnica tradicional na China e Europa Oriental.

Lotte foi a primeira mulher a se dedicar à arte da animação. Grande parte de suas produções trazem como temática constante a adaptação ou representação de contos de escritores, como Hans Christian Andersen e os irmãos Grimm.

Desde a infância recebeu influência das sombras chinesas e acabou construindo o seu próprio teatro de marionetes, com o qual realizava espetáculos e deixava família e amigos surpresos.

Durante a adolescência, se apaixonou pelo cinema, que logo cruzou com a arte das sombras chinesas, chegando a atuar com o grupo do diretor Paul Wegener (autor de duas versões cinematográficas sobre a lenda do Golem), e criou inclusive silhuetas para os atores do elenco com que trabalhava.

Em 1918, Lotte criou os ratos de madeira animados para o filme O flautista de Hamelin, de Wegener, um sucesso imediato que lhe facilitou a admissão num estúdio de animação experimental, o Instituto para a Descoberta Cultural. A carreira ascendente a levou até o diretor Fritz Lang e integrou a equipe do filme Os Nibelungos.

Como era típico da época, tentou fugir ao nazismo, passando de país em país, mas sempre foi obrigada a regressar à Alemanha. Durante o período da II Guerra Mundial, fez 12 filmes, especificamente de óperas.

Em 1949, conseguiu se estabelecer em Londres (Inglaterra), onde criou curtas-metragens baseados em contos dos Irmãos Grimm. Esses trabalhos ainda hoje são considerados como exemplos fundamentais de genialidade, dedicação e rigor. Lotte Reiniger morreu em 19 de junho de 1981, em Dettenhausen (Alemanha).

Veja:
Cinderella, de Lotte Reineger