Jovens membros de famílias agricultoras envolvidos com questões relativas às áreas de fundo de pasto, quilombolas e pescadores do município de Monte Santo estão sendo beneficiados com o Projeto de Formação de Jovens em Direitos Humanos e Agricultura. O curso, que teve o primeiro módulo concluído nesta sexta-feira (10), no Centro de Educação em Direitos Humanos J. J. Calmon de Passos (CEDHAP) da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), vai formar agentes multiplicadores para prestarem atendimento jurídico às comunidades da região de Monte Santo.

O Projeto, aprovado pela Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, começou a ser desenvolvido em abril deste ano, no Centro de Referência aos Agricultores e Familiares da Região de Monte Santo. No local, uma equipe de profissionais presta atendimento jurídico à população das 57 comunidades dos municípios de Canudos, Uauá, Itiúba, Cansanção, além de Monte Santo. O Projeto conta com o apoio da Associação Regional da Escola Família Agrícola do Sertão e da SJCDH.

Segundo Maria da Gloria Cardoso, que faz parte da equipe administrativa do Centro de Referência, é constante ocorrer conflitos agrários entre fazendeiros e os moradores das comunidades nesses municípios, motivados principalmente pelo fato dos habitantes dessas comunidades tradicionais não serem proprietários das terras, embora tenham concessão do governo para trabalhar nelas.

“O curso vai capacitar agentes multiplicadores para atuar nas comunidades, informando aos trabalhadores rurais sobre os seus direitos. Para essa capacitação, com duração de oito meses a um ano, foram selecionados 15 jovens da Escola Família Agrícola”, afirma Maria da Gloria.

O curso é composto por sete módulos com temas relativos à legislação e à política agrária, previdenciária e trabalhista; documentação pessoal básica, ética, etnia e gênero e introdução à metodologia de desenvolvimento de grupo. Além disso, serão promovidas visitas técnicas às instituições públicas de referência à promoção e apoio ao exercício da cidadania.

Para auxiliar na implantação da proposta, a Secretaria da Justiça disponibilizou os equipamentos e a infraestrutura necessárias para as aulas. Também está fornecendo apoio técnico e suporte pedagógico para a realização do processo formativo, através do CEDHAP, responsável pelo planejamento do curso, a articulação com convidados para mediar os conteúdos e as instituições a serem visitadas.