Jovens e adultos na faixa etária de 18 a 29 anos, residentes do campo, vão ter acesso a uma educação mais qualificada. Nesta sexta-feira (24), no município de Serrinha, o governador Jaques Wagner e o secretário da Educação do Estado da Bahia, Adeum Sauer, lançam o Projovem Campo – Saberes da Terra, que tem como principal objetivo proporcionar formação integral aos agricultores familiares.

Oferecido desde 2006, o programa é resultado de uma parceria entre o Ministério da Educação (MEC), Secretaria da Educação (SEC) e municípios. Inicialmente, o programa ofereceu 300 vagas, nos municípios de Banzaê, Conceição do Coité e Ribeira do Pombal. Com a nova política de educação do Campo, do atual do governo, o Projovem Campo – Saberes da Terra ampliou, este ano, o número de vagas para 5,9 mil e passou a atender a 69 municípios dos territórios de cidadania: Itaparica, Semiárido Nordeste II, Sisal e Velho Chico. Ao todo serão 190 turmas. Para viabilizar o programa, foram contratos 300 professores.

Além de oferecer o ensino fundamental numa perspectiva de qualificação profissional e social, agregando o saber popular ao saber técnico, nas áreas do currículo formal, o Projovem Campo – Saberes da Terra destina uma bolsa auxílio, bimestral aos alunos, no valor de R$ 100. “O programa visa a fortalecer as políticas públicas de desenvolvimento da educação básica do campo”, observa o coordenador de Educação do Campo, Lindomar Araújo.

O foco do programa são jovens que estão na agricultura familiar e que não tiveram oportunidade de cursar o ensino fundamental. Por isso, as aulas são adequadas à realidade do trabalhador do campo.

O curso tem duração de dois anos e carga horária de 2.400 horas. Deste total, 1.800 são utilizadas para atividades pedagógicas presenciais, que contam com as oficinas de humanas, exatas, linguagem e agroextrativismo, especificidade da região. Nas outras 600 horas, os alunos vão aplicar o conhecimento adquirido em suas atividades rotineiras com os familiares ou com a própria comunidade.

Ao final do curso, aqueles que tiverem aproveitamento e freqüência mínima de 75%, irão receber a certificação assinada pelas Escolas Agrotécnicas Estaduais da Bahia. O programa nasceu a partir das experiências consolidadas de movimentos sociais. Na Bahia, por exemplo, foi pautado pelo Programa Semear, desenvolvido pela Federação de Órgãos para Assistência Social e educacional (Fase) e é acompanhado e avaliado pela Coordenação de Educação no Campo da SEC.