A julgar pela quantidade de manifestações alusivas ao Dia Internacional da Mulher Negra, Afro-latino-americana e Caribenha – o 25 de Julho – pode-se concluir que a instituição da data já está consolidada como um ato de reparação mais do que acertado.

E as homenagens a essas mulheres e o reconhecimento da importância delas para a formação da sociedade brasileira e baiana continuam acontecendo. Nesta sexta-feira (31), às 18h, será a vez do Terreiro Oxumaré, na Vasco da Gama, conceder o Troféu Luiza Mahin para algumas mulheres negras representantes de diferentes segmentos.

Entre as homenageadas, a superintendente de Políticas para as Mulheres (SPM) da Secretaria de Promoção da Igualdade (Sepromi), Valdecir Nascimento. A premiação integra a programação da quinta edição do seminário Por uma Questão de Gênero e Raça, que propõe discussões sobre ancestralidade e resistência, bem como acerca da cultura do cultivo de raízes pelas ancestrais negras.

O evento é promovido pelo Grupo Cultural Amuleto e o Núcleo de Estudos, Gênero e Raça Negra Oxum, do Terreiro Oxumaré.

Luiza Mahin, líder da Revolta dos Malês, uma rebelião de negros e negras ocorrida em 25 de janeiro de 1835 que, apesar da importância como lição de luta pela liberdade e exemplo da perversidade das elites dominantes, praticamente é omitida da historiografia oficial.

Mãe do ilustre Luiz Gama, além de revolucionária histórica, Luiza teria nascido em 1812, livre, na África, na Costa Mina, Nação Nagô, e pertencia à etnia Jèje, exercendo a profissão de quituteira na Bahia, onde influenciou seus pares no combate ao regime escravo.