Geração de emprego e renda para as comunidades quilombolas do Território de Baixão do Guai, na região de Maragojipe. Este é o objetivo do Projeto Casa de Farinha, uma parceria da Secretaria de Promoção da Igualdade (Sepromi), com a Caixa Econômica Federal (CEF), e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Em fase de licitação da obra na CEF, a ação, cujo investimento previsto é de R$130 mil, tem conclusão estimada para dezembro deste ano.

Formado pelas comunidades de Guarucu, Guerém, Tabatinga, Quizanga, Porto da Pedra e Geral Grande, o território tem remanescentes quilombolas que sobrevivem principalmente da agricultura familiar, especialmente do cultivo da mandioca para produção de farinha. Segundo o engenheiro agrônomo da Sepromi, Marinaldo Carvalho, que fez visita técnica recente a região, as 20 casas de farinha existentes possuem infra-estrutura precária, com utilização de equipamentos que demandam maior esforço do usuário, a exemplo do pilão.

“Com a implementação do projeto, a produção de farinha será destinada não apenas para o sustento das comunidades, mas, sobretudo, para a comercialização do excedente em feiras livres”, afirmou Carvalho. O técnico disse ainda, que as novas casas de farinha serão construídas numa área de 600 metros quadrados, com equipamentos e estruturas adequadas, contribuindo para a melhoria da qualidade e o aumento da fabricação do produto, bem como dos derivados (biscoitos, beijus, tapioca, goma) e, conseqüentemente, gerando renda e emprego na região.

Para se adaptaram as novas estruturas, os agricultores serão capacitados pelo Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que oferecerá cursos de empreendedorismo rural e de introdução as novas técnicas no cultivo da mandioca. Segundo Carvalho, além do manejo adequado dos alimentos e dos equipamentos, os produtores serão qualificados também para lidar com a fase final da cadeia produtiva, no que concerne a comercialização, incluindo a apresentação do produto, embalagem, disposição de marca quilombola.

A Sepromi vem também implementando ações que beneficiam o Território Quilombola de Vitória da Conquista (TQVC). Formada pelos municípios de Tremedal, Belo Campo, Anagé, Planalto, Bom Jesus da Serra, Ribeirão do Largo, Poções e Nova Canaã, a região também será contemplada com a construção de novas casas farinha. Carvalho assegurou que o projeto já está em andamento, aguardando liberação de recursos da CEF.

Nesta sexta-feira (31), outra ação beneficiará a região. Trata-se da inauguração da Casa Quilombola, uma conquista do Conselho das Associações Quilombolas do TQVC, que será utilizada como ponto de encontro das lideranças quilombolas e de discussões acerca dos problemas e anseios das comunidades.