Resultados significativos no combate ao crime organizado no sistema carcerário estadual foram obtidos pela Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH). Operações de vistoria, em parceria com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), e a instalação de 12 portais fixos, 16 detectores de metal e duas esteiras de raios X na Penitenciária Lemos Brito (PLB) e no Presídio Salvador foram feitas para evitar que organizações criminosas sejam formadas dentro do sistema.

Somente em junho, duas grandes operações de revista foram promovidas no Conjunto Penal de Feira de Santana e na PLB, localizada em Salvador, no Complexo da Mata Escura. As vistorias foram organizadas pela SJCDH, por meio da Superintendência de Assuntos Penais, para detectar e apreender objetos que não são permitidos nas unidades.

Na PLB, a vistoria detectou irregularidades como dinheiro, armas brancas, celulares, droga e munição. A vistoria contou com o apoio de 86 agentes penitenciários e de 90 PMs. Em Feira de Santana, o trabalho teve a participação de 59 agentes penitenciários e de 70 PMs. Foram apreendidos 33 celulares, 20 armas brancas e meio quilo de drogas.

“Não vamos tolerar que o crime organizado mande dentro das nossas unidades prisionais”, afirmou o secretário da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Nelson Pellegrino. Segundo ele, essa última vistoria na PLB foi realizada nos quatro módulos da unidade, de surpresa e simultaneamente, para evitar que os internos tivessem tempo de esconder materiais que não são permitidos nas unidades.

“Foram encontrados objetos irregulares, mas, ao contrário do que foi divulgado, não havia motosserra na unidade, e sim uma serra manual, que é utilizada pelos internos durante as atividades laborativas, que possivelmente foi desviada da serralheria, por falha funcional. Essa falha já está sendo investigada”, explicou o secretário.

Inteligência prisional

Para evitar a corrupção dentro das unidades, a SJCDH, em parceria com a SSP, está articulando a criação de uma inteligência prisional para rastrear a movimentação não só dos presos, mas também dos servidores que trabalham no sistema, além de uma corregedoria da Secretaria da Justiça.

A permanência indevida de internos no sistema prisional também é outra preocupação da SJCDH. A revisão de todos os processos é feita em parceria com a Defensoria Pública, sendo iniciada em 15 de junho no Presídio Salvador. A previsão é que todas as unidades sejam contempladas pelo mutirão jurídico.