Cuidar de quem cuida ao som de violão, pandeiro, flauta ou ainda por meio da dança, recitais, representações teatrais ou de qualquer forma de arte. Esta é uma das propostas do Grupo Medicina e Arte, que se apresentou, nesta quinta-feira (30), para os profissionais de saúde do Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), como parte do projeto de humanização do hospital.

Integram o grupo, os médicos Álvaro Nonato, Paulo Campelo e João Silveira. “Temos que cuidar da saúde do cuidador", explica a coordenadora do internato de clínica médica, Maria Conceição Sampaio. "O HGRS pode transformar a vida do trabalhador plantando esta semente da arte", comentou Nonato.

De acordo a coordenadora, a idéia inicial é fazer com que os profissionais tenham momentos de humanização. "Numa segunda etapa queremos expandir os momentos de arte para os pacientes".

Identificar os artistas dentro do hospital também foi um dos objetivos do encontro que vai se repetir uma vez mês, com a intenção de criar momentos lúdicos. Os artistas identificados entre os profissionais, juntamente com toda a comunidade do HGRS, participarão desses momentos, como uma ocasião para o trabalhador amenizar as tensões. Fazer da arte uma terapia, ajudando o processo de cura do paciente, já é prática do médico Paulo Campelo, que utiliza a música há 15 anos com os pacientes do Hospital da Universidade Estadual de Pernambuco, onde é professor.

O projeto Som da Vida, desenvolvido na universidade, possibilita às gestantes terem seu parto com uma trilha sonora. "Elas escolhem as músicas que querem ouvir durante o nascimento do bebê", explica Paulo Campelo. "Trazemos aqui para o HGRS, essas experiências para a sensibilização de como a arte pode ser utilizada na medicina".

A apresentação não ficou restrita ao Grupo Medicina e Arte, que, ao som de Asa Branca, Feira de Mangaio e Bachianas nº5, incentivou os presentes a mostrar seus dons. Lucas Argolo, interno do hospital, foi quem representou o Hospital Roberto Santos, apresentando ao público, músicas compostas por ele. "Conseguimos aumentar também a interlocução entre os profissionais", disse Maria Conceição.