A prevenção ao uso de drogas entre jovens de 12 e 29 anos terá agora atendimento também aos familiares e membros da comunidade, com a inclusão da Bahia no Ações Integradas na Prevenção ao Uso de Drogas e Violência, programa apresentado nesta terça-feira (28) pela secretária nacional de Políticas sobre Drogas, Paulina Duarte, no auditório da Secretaria da Segurança Pública (SSP). Os quatro primeiros municípios a ingressar no programa são Salvador, Lauro de Freitas, Simões Filho e Camaçari.

Para Paulina Duarte, a Bahia tem um consumo significativo, especialmente em relação ao álcool, que é a droga mais consumida no Brasil. As demais drogas vêm em seguida – solvente, tabaco, maconha, cocaína, crack, etc.

“A Bahia vem se mobilizando com suas diversas lideranças, tanto no governo como nas comunidades, para buscar alternativas para o combate ao tráfico e consumo, além do atendimento às pessoas que têm algum tipo de problema decorrente do uso de drogas”, avaliou a secretária.

O secretário estadual da Segurança Pública, César Nunes, disse que o programa é a arma mais eficaz contra os problemas das drogas e da violência. “Esperamos a diminuição da violência, uma vez que o tráfico de drogas é responsável por 85% dos homicídios no nosso estado. Por isso, o governo da Bahia vai participar intensamente deste programa proposto pelo governo federal”, destacou.

Segundo o diretor-geral do Centro de Estudos e Terapia do Abuso de Drogas (Cetad), Antônio Nery Filho, a droga está em todas as camadas da sociedade, desde as crianças que usam medicamentos para engordar ou emagrecer, as mães que usam remédios para dormir, os pais que se embriagam no final de semana, a maconha, a cocaína que muitos empresários usam para se manter acordados, até o crack, que ele considera uma das piores substâncias, “por ser uma cocaína impura”.

“Finalmente, a Segurança com Cidadania se une à Justiça e à Saúde, com a possibilidade de se construir os centros de atenção psicossocial para o álcool e outras drogas, tão necessários no Brasil para a internação e atendimento ambulatorial de usuários de substâncias psicoativas”, disse Nery Filho.

Ele declarou que apenas 10% dos usuários são dependentes químicos, mas os outros 90% também precisam de atendimento ambulatorial. “Às vezes, o uso da droga é em função do sofrimento familiar. Assim, se você não ajuda a família, não ajuda o usuário. Os 10% de verdadeiros doentes precisam ser internados e passar por um tratamento mais demorado”, afirmou.

Atuação

O programa é um trabalho da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, em parceria com o Programa Nacional de Segurança e Cidadania (Pronasci), do Ministério da Justiça. O objetivo é atender jovens com idade entre 12 e 29 anos, seus familiares e pessoas da comunidade a partir de três componentes de atuação: mobilização, intervenção e prevenção ao uso dessas substâncias.

Pelo menos 22 milhões de pessoas das cidades de Salvador, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Vitória e Distrito Federal serão beneficiados pelo programa. As localidades foram escolhidas devido ao alto índice de criminalidade e violência e por integrar o projeto Território da Paz, que identifica as demandas de atenção especial para resolver as questões de segurança pública.

Caberá à Bahia implementar e operacionalizar essas ações. Isso será feito através de uma comissão, que está sendo organizada no estado e que será composta por representantes do Cetad e das secretarias da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, da Educação, da Segurança Pública e da Saúde.