O aproveitamento de equipamentos descartados e o destino final do que realmente não tem mais utilidade foram os temas centrais de uma reunião que aconteceu nesta quarta-feira (22) entre os secretários estaduais de Ciência, Tecnologia e Inovação, Ildes Ferreira, e de Meio Ambiente, Juliano Matos.
Ficou definido que vai ser criado um grupo de trabalho interdisciplinar para encontrar soluções para adequar o descarte do chamado lixo tecnológico e que profissionais de outras pastas do governo e instituições diversas vão ser convidados a fazer parte da iniciativa.

Está em fase de implantação, pela Secti, um centro de recondicionamento de computadores, que vai dar destino nobre ao que iria para lixões e aterros sanitários. Um grupo francês que trabalha com recondicionamento de máquinas consegue dar utilidade a 98% dos computadores descartados.

“É uma riqueza que vem sendo desprezada, porque esses equipamentos, remontados e requalificados, têm capacidade de processamento que atende a todas as necessidades básicas de um usuário de informática. Não podemos nos dar ao luxo de jogar esses equipamentos no lixo, enquanto temos tantos excluídos digitais”, disse Ferreira.

O exagero do estímulo ao consumo preocupa Matos, que chama a atenção para o problema ambiental na hora de jogar fora o que passa a ser considerado obsoleto. “Quando alongamos a vida útil desse material, evitamos que ele aumente o volume do lixo que produzimos e podemos reduzir o impacto ambiental do desenvolvimento tecnológico promovendo desenvolvimento social”, explicou o secretário.

Ele afirmou que, além disso, os metais pesados e os recursos naturais usados para fabricar componentes de informática não são infinitos, “mas a tendência é que as empresas prefiram retirar da natureza a matéria-prima, enquanto isso for mais barato que reciclar materiais descartados”.