Mais de vinte associações de artesãos de todo o estado estão reunidos até hoje com lojistas nacionais para intensificar a comercialização de seus produtos, na Rodada de Negócios, realizada no Bahia Othon Palace. O evento, promovido pelo Instituto Mauá (IM) em parceria com o Sebrae, está em sua segunda edição e a estimativa é gerar R$ 160 mil em volume de negócios.

Entre as novidades deste ano, a superintendente de Projetos de Cultura, Turismo e Artesanato do Sebrae, Luciana Santana, destaca a ampliação do número de compradores, que foi de 15, em 2008, para 20, em 2009.

“Parece um crescimento pequeno, mas se considerarmos o porte dos lojistas participantes, é um aumento significativo”, pontua Luciana. Do total de empresas, 14 são nacionais, como a Tok Stok, Le Lis Blanc e Barbosa do Brasil, e as demais baianas, a exemplo da Xarmonix e Planeta Bahia.

Compra direta

Durante os dois dias de evento, que começou, os compradores realizam negócios diretamente com os artesãos, provenientes de localidades como Maracangalha, Maragojipe, Rio de Contas e Costa dos Coqueiros. Os artesãos previamente selecionados por curadores do IM e do Sebrae segundo critérios como qualidade dos produtos e capacidade produtiva para atender às demandas.

Segundo a gerente de Promoção e Comercialização do IM, Lísia Rocha, a iniciativa permite, além do contato direto entre o artesão e o comerciante, a visibilidade nacional e internacional da produção artesanal baiana.

“A Rodada faz parte do nosso objetivo central, que é abrir cada vez mais espaços não só para o escoamento e venda, mas também para exposição do artesanato baiano que, além de ser uma obra de arte, é de grande representatividade da cultura nacional”, destaca.

Cerâmica e cestaria

Dos produtos expostos, os mais comercializados, de acordo com Rocha, são a cerâmica e o trançado de cestaria, com destaque para os objetos feitos a partir da fibra de bananeira – uma das novidades que vem crescendo no segmento artesanal.

Denílson dos Reis, artesão e representante da Banana Atlântica (Associação de Artesãos e Doceiros de São José da Vitória), que trabalha com as fibras de bananeira na elaboração de luminárias, afirma que o evento está possibilitando contatos importantes.

“É uma vitrine para a nossa produção que sem projetos desse tipo fica escondida nas cidades do interior. Aqui, depois de recebermos, ao longo do ano, treinamento do Instituto Mauá e do Sebrae, temos a oportunidade de negociar diretamente com o comprador e ver nosso mercado crescer”, assinala ele.

Exportação

Representante da Barbosa do Brasil, exportadora de produtos artesanais do Recife, Fabiana Dumont participa pela segunda vez da Rodada de Negócios e afirma que a demanda internacional pelos produtos baianos tem crescido a cada ano.

“O interesse pelo artesanato da Bahia cresce, sobretudo, porque os produtos refletem, por meio das cores fortes e das fibras naturais, a cultura do país. Os produtos que adquirirmos aqui serão exportados para 400 lojas na Holanda e para outras 2,4 mil espalhadas pela Europa”, conta Fabiana.