Com o objetivo de mostrar aos agricultores familiares os resultados de experimentos para o desenvolvimento das culturas graníferas, na região nordeste do estado, a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), em parceria com a Embrapa Tabuleiros Costeiros, realiza, nesta quinta-feira (27), na Fazenda Lagoa da Vaca, em Paripiranga, um Dia de Campo sobre o projeto Tecnologias para o Desenvolvimento da Agricultura Familiar no Estado da Bahia.

Implantado no início de 2004, na propriedade do agricultor Virgílio Ferreira de Oliveira, localizada a 20 quilômetros da sede do município, o projeto conta com Unidades de Demonstração (UED’s) utilizando experimentos em feijão, milho, sorgo, girassol, algodão, vigna, dentre outras culturas.

Nas UED’s são testados diversos cultivares de cada espécie quanto ao comportamento em relação a pragas, doenças, adaptação local/regional e produtividade, tanto no cultivo de verão como no de inverno.

Segundo o diretor de Agricultura da EBDA, Hugo Pereira de Jesus, desde a implantação dessa área que a empresa vem realizando, anualmente, dias de campo para os agricultores familiares, da região. “Acreditamos que mais de cinco mil agricultores já tiveram a oportunidade de conhecer as tecnologias desenvolvidas aqui nessa área, e temos conhecimento de que um grande número já incorporou essas tecnologias e utilizam-nas em suas propriedades”.

Mais de 400 agricultores inscritos desfilam, em grupos de até 30 participantes, entre canteiros e tendas montadas, aonde vão tendo contato com os resultados e tecnologias desenvolvidas pela pesquisa.

Nas quatro estações montadas, os agricultores conhecem o desempenho dos diversos cultivares e as tecnologias para a produção e formação de banco de sementes, que servirão de base na produção de campos para o Programa Semeando, desenvolvido pela EBDA e a Superintendência de Agricultura Familiar (Suaf), vinculadas à Secretaria da Agricultura (Seagri).

Na primeira estação, os grupos têm contato com a cultura do girassol e variedades utilizadas em rotação ou sucessão com as lavouras tradicionais de milho e feijão, e com a cultura do pinhão-manso, importantes fontes de matéria-prima para a produção de biocombustíveis.

Na segunda estação são apresentados e contextualizados os grupos de trabalho (GT’s) dos Pólos de Biodiesel, modelos lançados pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para o desenvolvimento do biodiesel no estado. Na terceira estação, os agricultores conhecem os cultivares de feijão e vígna (feijão-de-corda), de diferentes ciclos, seus comportamentos em relação a pragas, doenças e potencial de produção.

Já na quarta e última estação, os participantes conhecem tecnologias simples para a produção, beneficiamento, armazenamento e formação de bancos de sementes, dos agricultores familiares associados, além dos materiais de feijão, vígna e girassol, indicados para o cultivo na região nordeste da Bahia.

O agricultor familiar Virgílio Oliveira, dono da área onde estão implantados os experimentos, disse que três anos antes não conseguia produzir mais do que 30 sacas de milho por hectare. “Hoje, com as orientações dos técnicos produzo mais de 100 sacas por hectare”.

Agronegócio mais competitivo

Para o engenheiro agrônomo da EBDA, Edson Alva Oliveira, coordenador do programa, é importante mostrar aos agricultores, no campo, os resultados obtidos pela pesquisa. “Contribuir para o desenvolvimento da agricultura familiar com a indicação de variedades e híbridos, e com a distribuição de sementes básicas para multiplicação, significa muito para todos nós que trabalhamos em pesquisa. Nesse intuito esperamos atender às demandas do campo, tornando o agronegócio baiano ainda mais competitivo”.

A microrregião de Paripiranga vem destacando-se como o maior pólo estadual na produção de milho. A região tem registrado os maiores índices de área plantada e de produção de milho e feijão do estado, nos últimos anos, superando as demais regiões produtoras. Edson Alva comentou que “esse aumento muito se deve à orientação da pesquisa para o manejo adequado e o uso de material genético superior”. Além de Ribeira do Pombal, o projeto abrange as regiões de Irecê, Barreiras e Vitória da Conquista.