O Parque de Exposições foi liberado nesta quinta-feira (6) pela Secretaria da Agricultura e Reforma Agrária (Seagri), para receber, pela primeira vez na história da Bahia, as apresentações do Cirque du Soleil, que começam quinta-feira (13) e terminam no dia 9 de setembro. Considerado o maior do mundo, ele iniciou a preparação para os espetáculos com a montagem da tenda.

Foram cerca de cem homens trabalhando no içamento da lona, o que aconteceu em menos de cinco minutos. Depois de erguida, a tenda tem capacidade para receber 2,6 mil espectadores em cada apresentação. Entre eles, estarão 500 crianças em situação de risco social, portadoras de deficiência, vítimas de queimadura, filhas de agricultores familiares e alunos das escolas da rede pública estadual.

Para o governador Jaques Wagner, uma oportunidade para a inclusão social. “Estamos gerando emprego e alegria. O circo é uma coisa muito lúdica e vai trazer felicidade para nossa gente. Quero agradecer a parceria com as Voluntárias Sociais da Bahia, que vão possibilitar a magia do circo para muitas crianças carentes ao assistirem a um espetáculo tão maravilhoso quanto o Cirque du Soleil”.

A expectativa para a temporada baiana é de que mais de 60 mil pessoas vejam os espetáculos, em 24 sessões. Segundo o secretário de Cultura, Márcio Meireles, a companhia mostra uma nova possibilidade de trabalho no mundo circense.

“O circo é um mito, uma evolução na arte, na estética, tecnológica e também conceitual. É um circo sem animais. Ele mostra uma outra possibilidade, que é o ser humano em seu limite de excelência, saltando e quase voando. Antes, era necessário viajar para ver ao vivo. Hoje, ele está em Salvador e isso é interessante porque gera emprego e movimenta a economia do estado”, enfatizou.

Empregos temporários

Com a chegada da turnê, pela primeira vez, no Nordeste, foram gerados quase mil empregos temporários na capital baiana. As funções foram diversas, desde atendente de bar a atendente de lavanderia, passando por mâitre e auxiliar administrativo.

De acordo com a assistente de direção da turnê do Soleil, Laura Carriero, a mão de obra baiana foi uma das melhores que encontrou em todo o mundo. “Eles acordam cedo e bem dispostos para o trabalho. Dão duro e são o destaque do nosso grupo de trabalho”.

O espetáculo Quidam marca a terceira passagem pelo Brasil da companhia canadense Cirqueo du Soleil, que completa 25 anos este ano. Desde então, a superprodução já foi vista por 9 milhões de pessoas em 20 países. O elenco é formado por 50 artistas, de 15 nacionalidades, incluindo três brasileiros. São mais de 250 figurinos, 200 pares de sapatos e 500 objetos de cena, além de plataformas suspensas, que trazem os artistas à cena.

O diretor da turnê, Robert Mackenzie, disse que o Brasil se assemelha ao espetáculo. “O país é uma grande mistura de raça e de cor. O Quidam é uma mistura de técnica, acrobacias e tecnologias. Ele une os dois espetáculos anteriores, o Saltimbanco e alegria”, afirmou.

O secretário do Turismo, Domingos Leonelli, espera que o Cirque du Soleil passe a ter apresentações anuais no estado, movimentando o fluxo de turistas no estado nos períodos de baixa estação. “Estamos trabalhando para que o circo venha anualmente à Bahia. Com isso, os turistas poderão se programar e agendar suas viagens para o período e nós conseguimos definir um melhor calendário turístico para o estado”.

Estrutura

Para receber o maior circo do mundo, o Parque de Exposições passou por algumas melhorias como ampliação das redes elétrica e de esgoto, reforma dos postos médico e policial, além de uma nova área asfáltica de 9 mil metros quadrados.

Além disso, o espaço dispõe de toda infraestrutura necessária. São três estacionamentos internos, com capacidade para 1.500 veículos, desembarcadouro, com acesso para cinco caminhões, tribuna de honra, com capacidade para 200 pessoas, escritórios e sanitários de apoio, além de alojamento, com 37 apartamentos para atender 148 pessoas.