O Programa Pelourinho Cultural – Ipac, da Secretaria de Cultura do Estado (Secult), leva o que há de melhor da música instrumental baiana para os Largos do Pelô. As Orquestras Rumpilezz, Xangô, Zeca Freitas e Fred Dantas são algumas das atrações da programação deste mês. O público assiste a todas as apresentações gratuitamente. A Rumpilezz se apresentou na terça-feira (18), no Largo Tereza Batista, com a sua consagrada mistura de jazz com percussão.

Neste sábado (22), quem sobe ao palco do Largo Pedro Archanjo, às 20h, é a Orquestra Xangô, do maestro Reginaldo. O local vai se transformar em um verdadeiro baile, com músicas que passeiam pelo fox, blues, tango, mambo e samba de gafieira.

O maestro Reginaldo elogia a iniciativa do Pelourinho Cultural em manter vivos os tradicionais bailes. “É fundamental este apoio, que prestigia o músico de sopro e mantém a tradição das orquestras, pois cerca de 70% dos clubes desapareceram da Bahia. Felizmente, existe um público que gosta muito e acompanha esse estilo de música”.

O maestro e multi-instrumentista Zeca Freitas levará sua orquestra ao Largo Pedro Archanjo no dia 26 (quarta-feira), no mesmo horário. A orquestra popular, como ele denomina, já fez inúmeras apresentações na capital e no interior, onde teve total reconhecimento do público.

“O nosso maior diferencial é a interação com a plateia e a liberdade dada aos músicos para expressarem toda a sua potencialidade”, diz. Organizador do Festival de Música Instrumental da Bahia, em 1998, Zeca Freitas participou do espetáculo musical República Tabaris, visto por cerca de 20 mil pessoas.

Considerado pelo público como um dos maiores maestros da Bahia, Fred Dantas se apresenta no Largo Pedro Archanjo no dia 29 (domingo), também às 20h. O show será um baile dançante em homenagem à cantora Claudete Macedo, que fará uma participação com clássicos de Batatinha, Riachão, Valmir Lima e Zé Pretinho – grandes compositores do samba baiano.

“Claudete é uma grande artista e teve muito destaque no rádio. Eu, magrelo no interior, já ouvia. Juntamente com Caymmi, na canção, e Pierre Verger, na fotografia, ela foi responsável pela construção da baianidade”, elogia.

Rumpilezz

Mais de mil pessoas conheceram o trabalho da Orkestra Rumpilezz, que apresentou o primeiro CD autoral do grupo. No álbum, que leva o nome da orquestra, um dos destaques é uma versão da música Caléndula, de Ed Motta. “Rumpilezz se consagrou por ser uma orquestra contemporânea que integra a música afro-baiana e o jazz”, afirmou Alex Pinto, produtor do grupo.

O show no Pelô foi especial para o maestro Letierrez, que lembrou da primeira vez que a orquestra se apresentou em um espaço aberto, por meio do Pelourinho Cultural. “Foi um momento crucial para mostrar a aceitabilidade de um público maior, não segmentado. Foi um batismo”.

Sobre a oportunidade de tocar mais uma vez no Pelourinho, enfatizou que o local é o centro da percussão de Salvador, começando pelos toques nos terreiros até chegar às grandes aglomerações. “E essa é a matéria-prima da Rumpilezz”, acentuou Letierrez.