Em junho, a produção industrial da Bahia cresceu 7,2% em relação ao mês anterior, após aumentar 7,8% em maio. No confronto com junho do ano passado, o crescimento foi de 2,4%, interrompendo uma série de oito resultados negativos. Dentre as 14 localidades investigadas pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM/ IBGE), a Bahia teve a maior expansão frente a junho de 2008, seguida de Goiás (1,1%).

As demais localidades do país apresentaram recuo nesta comparação. Segundo análise da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento, os dados confirmam a tendência de recuperação do setor e colocam a Bahia em posição de destaque no cenário nacional.

O desempenho da indústria baiana nos meses de maio e junho segundo o secretário do Planejamento, Walter Pinheiro, demonstra que a Bahia está superando a crise financeira do início do ano, voltando à estabilidade econômica mais rapidamente e com mais solidez do que os demais estados brasileiros.

“Essa situação, aliada à retomada da arrecadação do ICMS, que em julho cresceu 3,33% em relação ao mês anterior e ficou 0,61% acima de julho de 2008, indica que os investimentos previstos pelo Governo do Estado para os últimos meses do ano estão garantidos”, afirmou.

No confronto com maio, o estado teve o terceiro maior crescimento (7,2%) dentre as áreas pesquisadas, atrás de Goiás (7,4%) e Pará (10,2%). O resultado da Bahia foi impulsionado, sobretudo, por cinco segmentos da indústria de transformação que apresentaram crescimento: refino de petróleo e produção de álcool (63,9%); veículos automotores (9,1%); alimentos e bebidas (2,1%); metalurgia básica (1,7%); minerais não-metálicos (1,3%).

Para o diretor geral da Sei, Geraldo Reis, o resultado é extremamente positivo para a economia baiana, pois a indústria de transformação do estado foi o setor mais afetado pela crise. Ele disse que o crescimento em relação ao mês anterior e, sobretudo, em relação ao mesmo período de 2008, possibilita afirmar que ocorre uma recuperação espraiada no conjunto das atividades econômicas. “Os sinais fragmentados de aquecimento estão se transformando definitivamente em uma consistente recuperação da nossa economia”, completa.

Na comparação com junho de 2008, a expansão da indústria baiana (2,4%) foi influenciada por dois segmentos da indústria de transformação (que cresceu isoladamente 2,8%). As contribuições positivas vieram de produtos químicos (30,0%), devido à maior fabricação de etileno não-saturado e polietileno linear, seguida de minerais não metálicos (0,5%), justificada pela maior fabricação de granito talhado e massa de concreto.

As maiores influências negativas foram de refino de petróleo e produção de álcool (-9,9%), oriundos da queda na produção de óleo diesel e naftas, e da metalurgia básica (-11,7%), proveniente da queda na produção de ouro em barras e lingotes, blocos ou placas de aço de carbono.

Semestre é negativo em todo o país

O estado fechou o primeiro semestre acima da média do país (-13,4%), mas ainda com balanço negativo (-10,2%). No conjunto da indústria brasileira, todas as 14 áreas pesquisadas tiveram redução, sendo que cinco delas ficaram abaixo da média: Espírito Santo (-29,3%), Minas Gerais (-21,3%), Amazonas (-16,8%), São Paulo (-14,4%) e Rio Grande do Sul (-13,5%).

Segundo o IBGE, os números refletem o menor dinamismo das exportações e dos setores produtores de bens de consumo duráveis (automóveis, telefones celulares, eletrodomésticos) e de bens de capital, confrontados com uma base elevada de comparação de junho de 2008, quando a indústria nacional registrou 6,3% de crescimento. Acima da média do país, aparecem também: Santa Catarina (-12,9%), região Nordeste (-9,7%), Pernambuco (-8,9%), Rio de Janeiro (-8,5%), Pará (-7,6), Ceará (-6,8%), Paraná (-5,9%) e Goiás (-4,6%).

Os setores que mais contribuíram para a queda da indústria baiana no semestre foram: refino de petróleo e produção de álcool (-25,5%), metalurgia básica (-23,8%) e produtos químicos (-5,9%). Por outro lado, as maiores contribuições positivas vieram dos segmentos de alimentos e bebidas (2,8%), com aumento na fabricação de óleo de soja em bruto, e minerais não-metálicos (7,4%), em função do aumento na produção de massa de concreto.