Enquanto caminha pelas ruas de Ondina – bairro onde se localiza o Parque Zoobotânico Getúlio Vargas – Moisés Paiva, 44 anos, aluno do Instituto Pestalozzi, não consegue esconder a ansiedade para chegar ao Zoo e ver de perto os animais. “Gosto da arara, dos macacos e do leão. Quero ver eles logo”, diz.

Assim como Moisés, outros 22 alunos do Pestalozzi, entre 8 e 45 anos de idade, participaram do Programa Zoo Especial, uma das atividades desenvolvidas pelo setor de Educação Ambiental do Zoo de Salvador. A atividade é oferecida às instituições de forma gratuita e inclui, além da visita ao parque, lições, palestras e apresentação de teatro de bonecos sobre o mundo animal, entre outras.

Entre o grupo de alunos, Luiza de Souza, 24 anos, era uma das mais animadas. Nas atividades, ela sempre conta com o apoio e companhia da avó, dona Adelina Francisca de Souza, 63 anos. “Aqui, ela aprende coisas sobre os bichos. Eu a acompanho e acabo aprendendo também”, revela a avó Adelina, apaixonada por animais e dona de um cachorro, de um gato e de uma tartaruga.

A Educação Ambiental é um dos pilares do Zoológico de Salvador. De acordo com o coordenador do parque, Gerson Norberto, atividades como esta, onde se tem o contato com os animais – cheiro e som – despertam nos alunos sensações de prazer. “Isto provoca a liberação de endorfina, que estimula o sistema imunológico e é importante na recuperação de vários tipos de patologia”, afirma Gerson.

A psicopedagoga do Instituto Pestalozzi, Maria Aparecida Menezes, ressaltou a importância da atividade e lamentou a carência de espaços em Salvador que desenvolvam iniciativas semelhantes. “Aqui, eles veem, na prática, o que aprendem da teoria, além de desenvolver a percepção em um processo de sentir, pensar e agir”, declarou.

Técnica do setor do Ambiental do Zoo, Mariane Viana Ferreira, é uma das responsáveis pela tarefa de acompanhar e explicar as coisas aos alunos durante a visita. Para ela, a atividade, além de ser uma forma de inclusão social, funciona como um processo cognitivo e de coordenação motora para as crianças.

“Tem alunos que são muito retraídos, reservados e não interagem de inicio da atividade, nem com os animais nem com outras crianças. No decorrer do passeio, vão se ambientando e se integrando mais ao grupo. Com certeza, acabam levando muito do que foi ensinado aqui para a vida deles”, exemplificou Mariane.