Restabelecer a cadeia do leite na Bahia, melhorando a produção, a qualidade do produto, a industrialização e, ao mesmo tempo, gerar trabalho e renda, além de reduzir a importação de leite por parte do Estado. Essa é a intenção do Governo do Estado em relação ao setor e foi ressaltada pelo secretário do Planejamento, Walter Pinheiro, durante reunião, nesta segunda-feira (3), com representantes do Sindicato das Indústrias de Lacticínios e Produtos Derivados do Leite do Estado da Bahia (Sindleite) e o deputado estadual Zé Neto.

A ideia, de acordo com Pinheiro, é promover uma série de políticas de incentivo às empresas e aos produtores rurais de forma a associar a questão da produção com todo o processo industrial, incluindo-se a coleta, infraestrutura, acompanhamento e assistência técnica.

Durante o encontro, os representantes do Sindleite se comprometeram a identificar áreas que serão acompanhadas no intuito de se conhecer a experiência local, e que servirão como parâmetro na construção de políticas voltadas tanto para a liberação de recursos, quanto para a aplicação de ações visando ao fortalecimento da produção.

Marca

Entre as iniciativas defendidas pelos produtores para o incremento da cadeia produtiva é a criação de uma marca comercial do leite e derivados no Estado da Bahia. O objetivo é garantir um mercado para os produtores da agricultura familiar, a partir de um canal de comercialização que, simultaneamente, agregue valor ao produto através da marca e garanta um preço mínimo para os produtores. A proposta está sendo discutida entre o Sindleite, a Seplan, a Secretaria de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri) e a Empresa Baiana de Alimentos (Ebal).

A Bahia é o maior produtor de leite do Nordeste e o sétimo produtor nacional, com um volume de aproximadamente 900 milhões de litros por ano. Segundo dados da Seagri, 80% dos produtores do estado são classificados como de pequeno porte. Já as principais bacias leiteiras da Bahia, ainda de acordo com a Seagri, estão localizadas nos Territórios de Identidade do Extremo Sul, Itapetinga, Litoral Sul, Médio Rio de Contas, Portal do Sertão e Vitória da Conquista. Os demais Territórios também produzem leite, mas, pela falta de especialização, a oferta é irregular, sendo a produção elevada durante as chuvas e reduzida no período de estiagem.