Dez pessoas envolvidas no assassinato do ex-deputado estadual e empresário Maurício Cotrim, ocorrido em setembro de 2007, foram presas e apresentadas nesta sexta-feira (21), na Secretaria da Segurança Pública, no Centro Administrativo da Bahia. Além da elucidação do assassinato, as investigações do caso Cotrim descobriram a existência de um sindicato do crime no Espírito Santo, envolvendo uma rede de matadores de aluguel que agiam em vários estados.

Os integrantes apresentados na SSP são os irmãos ciganos Jorge Valdo Dantas Meira, Vivaldo Dantas Meira, Jairo Dantas Meira e José Róbson Dantas Meira, que, segundo a polícia, encomendaram o crime a um pistoleiro de Ilhéus, além dos outros seis acusados, Tadeu Antônio Barros, Júlio César Pereira Nunes, Cláudio Reis, Jailson Ramos dos Santos, Licínio Torrezânio e Messias Pereira Sander, que seriam os agenciadores do assassinato. Até agora, dois dos dez presos na forçatarefa já foram ouvidos e confirmaram participação no crime.

"Mais uma vez a polícia baiana trabalhou com inteligência para esclarecer um crime tão brutal como foi o de Cotrim", ressaltou o secretário da Segurança Pública, César Nunes. Ele acrescentou que as investigações continuarão em sigilo, pois existe a possibilidade de haver outras pessoas envolvidas no caso.

Os delegados Moisés Damasceno e Rusdenil Franco Lima, que comandam a forçatarefa que investiga o caso, explicaram que o sigilo telefônico de todos os suspeitos foi quebrado e a polícia constatou que foram realizadas várias ligações de alguns envolvidos para José Muniz, o pistoleiro autor dos disparos que mataram o ex-deputado. O assassino acabou sendo morto no início deste ano, em Ilhéus, em um provável crime de queima de arquivo.

Investigações

Iniciada em março de 2009, a forçatarefa percorreu os estados da Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo, onde Tadeu e Messias foram presos, na cidade de Ecoporanga. Policiais militares capixabas auxiliaram no levantamento de filmagens e fotografias dos investigados.

O delegado Rusdenil falou sobre a continuidade das investigações, que contarão com novas perícias do corpo do ex-deputado, exumado no dia 11 de julho. “Juntando o resultado das perícias, os laudos e os depoimentos dos dez participantes do crime, esperamos esclarecer as causas e, quem sabe, até outros crimes ocorridos na mesma época”, afirmou.