“Este dia é muito importante para conhecermos uma nova cultura, seu plantio e beneficiamento. Vou levar este aprendizado para minha comunidade”, disse o técnico agrícola Antônio Carlos Santos, do Movimento dos Trabalhadores Rurais, Assentados, Acampados e Quilombolas (Ceta), durante o Dia de Campo Araruta, promovido pela Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), por meio da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), na manhã de quinta-feira (10), na Fazenda Gurgel, no município de Conceição do Almeida. Antônio Carlos é um dos 400 agricultores familiares dos municípios do Recôncavo baiano que participaram das palestras sobre a cultura da araruta e a melhor forma de aproveitamento.

Para o gerente regional da EBDA de Cruz das Almas, Jorge Silveira, existe uma real necessidade de resgatar a cultura da araruta no Recôncavo. “Cada agricultor familiar tem o compromisso de iniciar no fundo do seu quintal a plantação deste rizoma maravilhoso para alimentação e como medicamento”, disse.
Além disso, a EBDA está empenhada neste processo, juntamente com a Embrapa Mandioca Fruticultura de Cruz das Almas e a Associação de Produtores Orgânicos do Recôncavo Baiano (Aporba).

Seguindo a orientação dos técnicos, a agricultora familiar Isabel Silva comemora os resultados. “Em dois meses de plantação, já vendi cinco quilos de goma e recebi um cheque de R$ 75. Se tivesse mais espaço, plantaria mais araruta na minha roça”, afirmou. “Por causa da sua propriedade medicinal, a vantagem da araruta é que ela vale nove vezes mais que o polvilho da tapioca, que é comercializado por R$ 2. Assim, o quilo da araruta varia entre R$ 18 e R$ 20, dando um bom rendimento ao agricultor”, informou Carlos Dantes, técnico da EBDA.

Extensão e pesquisa

Cerca de 30 estudantes dos cursos de Agronomia e Zootecnia da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) aproveitaram o evento para ampliar os conhecimentos. Para as irmãs Jamile e Jaqueline Oliveira do Nascimento, alunas do 10º semestre de Agronomia, a expectativa é conhecer de perto a araruta e passar o conhecimento para os trabalhadores rurais.

Segundo o mestre em Extensão Rural da UFRB e engenheiro agrônomo, Fábio Botelho, é interessante que os futuros profissionais possam sugerir aos pequenos agricultores a adoção desta nova lavoura, “que apresenta um grande potencial de aceitação no mercado”.