Uma exposição que acontece nesta sexta-feira e no sábado (4 e 5), a partir das 16h, no Museu Auristela Torres, município de Curaçá, a 615 quilômetros de Salvador, marca a devolução à população local dos achados arqueológicos retirados das fazendas Serrote do Velho Chico e Salão por técnicos do projeto Mata Branca, desenvolvido em conjunto pelos governos da Bahia e do Ceará e enviado para análise em laboratórios da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e datação em Miami (EUA).

Os achados serão devolvidos ao município em conjunto com uma publicação que traz informações preciosas sobre o seu passado e sobre a ocupação do território e revelam mecanismos importantes para o conhecimento do Bioma Caatinga.

Das peças que serão expostas constam fragmentos de urnas, panelas, ossos e arcadas dentárias de dois adultos e três crianças indígenas que viveram há mais de 1.600 anos na região, encontrados na Fazenda Serrote do Velho Chico.

Já na Fazenda Salão, os achados são de pinturas rupestres localizadas em uma parede no fundo de um abrigo de calcário, representando centenas de pinturas e gravuras que se sobrepõem e formam um complicado painel, desenhado provavelmente por grupos indígenas pré-coloniais.

Os achados arqueológicos são fruto de seis meses de trabalho, incluindo escavações, levantamento de dados e ações de educação patrimonial realizados por três arqueólogos contratados pelo Mata Branca.

Os cinco corpos foram depositados diretamente no solo, sendo que os adultos tiveram suas cabeças cobertas com panelas cerâmicas e as crianças o corpo inteiro. Junto com os adultos, foram encontrados tembetás (peças trabalhadas em quartzito verde e colocadas como adorno em furos abaixo dos lábios inferiores) e com as crianças, colares feitos com ossos perfurados.