Concessão do Título de Doutor Honoris Causa a Mãe Estela de Oxóssi

LOCAL: Teatro da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Campus I, Cabula.
DATA: 09.09.09 (quinta-feira)
HORÁRIO: 9h15

O QUE É: Solenidade de entrega do título de Doutor Honoris Causa a Maria Stella de Azevedo Santos, conhecida como Mãe Stella de Oxóssi.

INFORMAÇÕES ADICIONAIS:

TÍTULO: O Doutor Honoris Causa é concedido à personalidade que tenha se distinguido pelo saber ou pela atuação em prol das artes, das ciências, da filosofia, das letras ou do melhor entendimento entre os povos. Trata-se de uma das mais raras honrarias concedidas pela Universidade do Estado da Bahia. A concessão desse título é um reconhecimento da comunidade acadêmica da instituição ao legado cultural construído pela famosa ialorixá. A trajetória de Mãe Stella é marcada pela defesa da cultura de matriz africana. Suas obras têm se posicionado contra a exploração comercial dos costumes iorubás e disseminado a língua matricial desse povo

SOLENIDADE: Reunirá autoridades, lideranças negras e religiosas, representantes de movimentos sociais e comunidade acadêmica. Entre os convidados estão o governador Jaques Wagner; o ministro da Cultura, Juca Ferreira; os secretários estaduais de Educação, Osvaldo Barreto, e de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, Valmir Assunção; a presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, Consuelo Pondé; o fundador da Associação Cultural Bloco Carnavalesco Ilê Aiyê, Antônio Carlos dos Santos (o Vovô do Ilê). A cerimônia será aberta ao público externo.

HONORIS CAUSA: Esta será a quarta vez que Uneb concede a honraria. O primeiro agraciado foi Thabo Mbeki, que em 2000, ano da homenagem, era o presidente em exercício da República Federativa da África do Sul. Em 2008, Abdias do Nascimento, dramaturgo e ativista político, foi também honrado com o título. O terceiro homenageado, em março deste ano, foi o historiador e escritor baiano Luís Henrique Tavares.

VIDA E OBRA: Maria Stella de Azevedo Santos nasceu em Salvador, em 2 de maio de 1925, e tornou-se ialorixá do Ilê Axé Opó Afonjá em 1976, passando a ser a quinta sacerdotisa do Candomblé de São Gonçalo do Retiro. Ela é graduada pela escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia (Ufba), com especialização em Saúde Pública, e exerceu a profissão por mais de trinta anos como funcionária pública do Estado. Em 1980, Mãe Stella de Oxóssi fundou o primeiro museu de um terreiro de candomblé: o Ohun Lailai. É também a presidente emérita do Instituto Alaiandê Xirê, do qual foi a fundadora. Ela também se destacou por ter sido a primeira ialorixá, de um terreiro tradicional, a combater o sincretismo religioso com a Igreja Católica. Em 2001, ganhou o prêmio jornalístico Estadão, na condição de fomentadora de cultura. É ainda detentora da comenda Maria Quitéria, da prefeitura de Salvador, da Ordem do Cavaleiro, do governo estadual, e da comenda do Ministério da Cultura (MinC). Respeitada em todo território nacional, vem realizando palestras e participando de seminários sobre a cultura afro-descendente. Entre as obras publicadas por ela, destacam-se o E daí aconteceu o encanto, de 1988; o Meu tempo é agora, de 1993; Lineamentos da religião dos orixás – memória de ternura, de 2004; Osósi – o caçador de alegrias, de 2006; e Owé – provérbios, de 2007.